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Mostrando postagens de novembro, 2006
ACONSELHÁVEL: aquilo que provavelmente você não está com a menor vontade de fazer. DEMORA: quando o tempo emperra na impaciência da gente. ESPONTÂNEO: o que vem assim: "vim!". FACEIRO: quem está muito contente porque está muito contente. FLERTE: quando se joga "escravos de Jó" com os olhos. FRUSTRAÇÃO: tristeza que fica quando a expectativa acaba. IDIOTA: quem pensa que sabe tudo sem saber que tudo é bem mais do que ele pensa. JINGLE: quando geladeira é musa. LÉPIDO: alguém que, por causa de uma alegria bem alegre, se sentiu coelho de repente. MÁGOA: ferida que gosta de bolero. NINGUÉM: todo aquele que não foi a uma festa que ficou vazia. OUSADIA: quando o coração diz pra coragem "vá" e a coragem vai mesmo. PAIXÃO: quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra. PECADO: algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou. RANCOR: quando o fundo do coração não consegue dizer "deixa pra lá". RIDÍCULO: tudo que
Fábula de um arquiteto João Cabral de Melo Neto A arquitetura como construir portas de abrir; ou como construir o aberto; construir, não como ilhar e prender, nem construir como fechar secretos; construir portas abertas, em portas; casas exclusivamente portas e teto. O arquiteto: o que abre para o homem (tudo se sanearia desde casas abertas) portas por-onde, jamais portas-contra; por onde, livres: ar luz razão certa. 2. Até que, tantos livres o amedrontando, renegou dar a viver no claro e aberto. Onde vãos de abrir, ele foi amurando opacos de fechar; onde vidro, concreto; até refechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.
Eu andava brigada com o Caetano, mas depois de vê-lo ontem no palco, rindo daquele jeito cheio de covinhas... Eu me entrego. Paixão de novo. Não tenho inveja da maternidade nem da lactação. Não tenho inveja da adiposidade nem da menstruação. Só tenho inveja da longevidade e dos orgasmos múltiplos. Eu sou homem, pele solta sobre o músculo. Eu sou homem, pelo grosso no nariz. Não tenho inveja da sagacidade nem da intuição. Não tenho inveja da fidelidade nem da dissimulação. Só tenho inveja da longevidade e dos orgasmos múltiplos. (Homem, Caetano Veloso. Do disco "Cê"). PS: nota zero para o Chevrolet Hall. Falta de organização na saída, péssima acústica... e um calor insuportável. Pra completar, fui perguntar sobre o ar refrigerado para uma menina culturete da produção, e ela veio me explicar que "a Casa não tem ar. É quente mesmo, as pessoas que freqüentam já estão cientes disso. Semana passada, inclusive, teve um samba aqui e ficou muito, muito quente". Sim, bizarro.
Vivo ou morto. Meu reino por um homem interessante. Tati Bernardi . Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo: noites povoadas por pessoas com metade da minha idade e do meu bom senso. Nada contra adolescentes, muitos deles até são mais interessantes e vividos do que eu, mas to falando dos “fabricação em série”. Tô fora de dançar os hits das rádios e ter meu braço ou cabelo puxado por um garoto que fala tipo assim, gata, iradíssimo, tia. Tinha me decidido a banir a palavra “balada” da minha vida e só sair de casa para jantar, ir ao cinema ou talvez um ou outro barzinho cult desses que tem aberto aos montes em bequinhos charmosos. Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, meus hormônios começaram a sentir falta de uma boa barba pra se esfregar. Já tentei paquerar em cafés e livrarias, não deu muito certo, as pessoas olham sempre pra mim com aquela cara de “tô no meu mundo, f
Três anos de namoro. . “Evidentemente, estou falando da modalidade de vida que faz do amor o centro de tudo, que busca toda satisfação em amar e ser amado. (...) O lado fraco dessa técnica de viver é de fácil percepção, pois, do contrário, nenhum ser humano pensaria em abandonar esse caminho da felicidade por qualquer outro. É que nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor”. . FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização [1930].
Este poema é do irmão da Carlinha, minha amiga - agora venezuelana - que nunca acessaria um blog na vida e, portanto, nunca verá esta menção a ela. Vou ligar pra contar que ela mereceu uma homenagenzinha e tem merecido minhas saudades TODOS os dias. Amigo é uma coisa ótima (poetas também são, e o irmão da Carlota é mesmo muito bom). . Chapéu mexicano Luís Vilela Senhor, me vê um chapéu desses Isso, do grande; mexicano Pra eu usar em dia de sol E tirar em dia de chuva. Virar ao avesso Guardar dessa água. Fazer dele Um vaso de flor De raiz profunda À altura do meu Amor.
Amores platônicos, trepadas homéricas. De Xico Sá. O sexo no MSN. Intimidade em dez segundos. E depois, como fazer para curar o amor platônico se não rolar uma trepada homérica??? ...pra ficar tão-somente na comparação mais trágica e mais grega, saca? Kill bill gates? Ou, como diria na minha pátria, Mate Severino, mate! As cartas nas narrativas russas ou antigas demoravam séculos, léguas. Intimidades no lombo dos ursos, velho tchecov, nos trenós, rosebuds. Agora em dois segundo não estarás apenas lambendo selos das cartas, estarás no platonismo lambendo paus, cus ou bucetas, a depender do gosto. E tê-los, tê-las, tetas? Jovens, não esqueçam das ruas, dos banheiros, dos telhados, das mentiras, da história do olho, da baciazinha de leite na qual ela senta com a bunda como um gato a bebê-la... pra levantar pingando a vida pelo taco, segui-la, a lama, o charco, o pântano do amor até chegar no ponto mais fraco, a porra a nos colar xifópagos.
Já vivi e não tenho saudades. Tá bem, tenho um pouquinho de saudades (de chegar amassada depois de 13 horas de viagem com cheiro de ônibus da Gontijo, de ver dez filmes no quarto de hotel e não querer sair pra nada, da despedida com ar de novela mexicana...). Ainda assim, amor de perto é tão mais legal... Fer, ainda bem que você voltou. . O amor e a distância Raq Affonso . Você sempre foi contra o amor interestadual. O amor interpaíses. Interplanetários. Contra não. Na verdade, nunca acreditou que eles pudessem sobreviver. E aí você de repente você se depara com o seu amor. A 400 kms de distância!!!! E dá-lhe telefonemas. SMS. MSN. O amor através das siglas. E viagens. E um dia você está voltando do feriado de finados num ônibus da viação 1001. Está passando o filme "The Abyss". É sobre um grupo de mergulhadores que se vê às voltas com uma entidade do fundo do mar. Ao lado, um homem chora. Está emocionado com o filme. Você resolve comer o lanche oferendado pela aviação. Amend
João, meu paciente de 4 anos, passou ontem um tempão em silêncio montando um carrinho de Lego. Nem uma palavra durante a sessão. Resposta dele quando tentei falar alguma coisa: "sshhh! Não faz barulho, senão eu levado acordo!". O semblante de analista, é claro, sumiu automaticamente.