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Mostrando postagens de outubro, 2009
A mulher existe. O nome dela é Dita Von Teese.
Saudades do Rio antigo Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada. Lá o rei não será deposto E lá sou amigo do rei. Aqui eu não sou feliz A vida está cada vez Mais cara, e a menor besteira Nos custa os olhos da cara. O trânsito é uma miséria: Sair a pé pelas ruas Desta capital cidade É quase temeridade. E eu não tenho cadilac Para em vez de atropelado, Atropelar sem piedade Meus pedestres semelhantes. Oh! que saudades que eu tenho Do Rio como era dantes! O Rio que tinha apenas Quinhentos mil habitantes. O Rio que conheci Quando vim para cá menino: Meu velho Rio gostoso, Cujos dias revivi Lendo deliciosamente O livro de Coaraci. Cidade onde, rico ou pobre Dava gosto se viver. Hoje ninguém está contente. Hoje, meu Deus, todo mundo Traz na boca a cinza amarga Da frustração... Minha gente, Vou-me embora pra Pasárgada.
Fernando Pessoa Eu amo tudo o que foi, Tudo o que já não é, A dor que já me não dói, A antiga e errônea fé, O ontem que dor deixou, O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje já é outro dia.
Meu lado "big band" ama essa música - e a Mari sabe. The way you look tonight Tony Bennett Someday, when I'm awfully low, when the world is cold I will feel a glow just thinking of you and the way you look tonight You're so lovely, with your smile so warm and your cheeks so soft There is nothing for me but to love you and the way you look tonight With each word your tenderness grows tearing my fears apart And that laugh that wrinkles your nose touches my foolish heart You're lovely, never ever change, keep that breathless charm Won't you please arrange it? 'Cause I love you just the way you look tonight
A desconsoladora Murilo Mendes Mulher, eu te procuro continuamente. É mais fácil achar Deus do que te achar. Tenho por ti uma grande atração e repulsão - ao mesmo tempo. Eu, adormeço com teu amor e deperto com o ódio a ti. E te destruo e te construo a todo o instante. Hás de me perseguir até a imortalidade. A paz da mulher não é a paz de Deus. A mulher não é o amor. A poesia é o amor. A poesia da ausência da mulher é equivalente à poesia da posse da mulher.
Daqui.
Pablo Neruda. Direto do blog da Carol . Saberás que não te amo e que te amo posto que de dois modos é a vida, a palavra é uma asa do silêncio, o fogo tem uma metade de frio. Eu te amo para começar a amar-te, para recomeçar o infinito e para não deixar de amar-te nunca: por isso não te amo ainda. Te amo e não te amo como se tivesse em minhas mãos as chaves da fortuna e um incerto destino desafortunado. Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo quando não te amo e por isso te amo quando te amo.
Teste do internauta de rede social Jô Hallack (02 neurônio) Marque uma das alternativas ( ) Você é um(a) mala na vida real, seu blog é mala, seu twitter é mala, seu facebook é mala. ( ) Você é um(a) mala na vida real mas , rapaz, no virtual você parece incrível! ( )Você diz que gosta de expressionismo alemão na vida real mas no seu facebook você curte quem diz que “saúda o pôr do sol” . ( )Você não sabe escrever português na vida real e no twitter, no facebook, no fotolog, no caralho a quatro você continua não sabendo escrever. Mas todos juram que na internet as pessoas são toda assim. Digo, analfabetas. ( ) Você faz tererê na praia mas no twitter você coloca pensamentos do Kafka. ( ) Você cita Adorno depois de trepar mas no seu “face” (isso mesmo, você chama o Facebook por um apelidinho carinhoso) tem uma foto carregada de um móvel que denuncia: no último final de semana você estava numa micareta. ( ) Você faz o depressivo(a) alugando a humanidade mas a sua frase do dia é “I can see
A Mari , de novo. Eu, às vezes, me esqueço do seu rosto e o coração vai do estômago até a boca quando penso nisso. E me apavoro, por vezes, ao pensar que não me lembro da sua voz e quero te ligar para a ouvir de novo me dizer do seu dia ou daquelas todas. E esse movimento de sair e voltar à minha vida me confunde como poucas coisas e quando penso que te quero é porque, na verdade, não quero mais. E isso são tantos anos e tantas coisas que me esqueço dos seus olhos de ressaca, à maneira Capitu, que sempre me encantaram e me fixaram em um só sentido. E enquanto você finge que nada aconteceu, que não houve tudo aquilo e tenta apagar o passado, eu vou, como o meu amor, do que sou para o que sou também*, e fujo enquanto me aproximo. E não quero despejar tudo aquilo de novo, não quero o que passou, quero um mundo novo. E se me custou tanto fazê lo e refazê lo e pretender que você não passou. Que não tiveram seus abraços e sua risada. E me custou muito tudo isso, mais do que você possa imagin
De amor Maria Teresa Horta Falar da paixão mais do que o sangue Mais do que o fogo trazido ao coração Mais do que a rosa acesa só por dentro revolvendo no peito a ponta de um arpão Falar de febre sem fé do animal feroz Dos líquens abertos e dos lírios Falar desassosego sem razão uma raiva que silva no delírio quanto dói a dor no peito Quanto é contraditória esta prisão que me faz ficar livre no que sinto e logo envenenada à tua mão
Quero Carlos Drummond de Andrade Quero que todos os dias do ano todos os dias da vida de meia em meia hora de 5 em 5 minutos me digas: Eu te amo. Ouvindo-te dizer: Eu te amo, creio, no momento, que sou amado. No momento anterior e no seguinte, como sabê-lo? Quero que me repitas até a exaustão que me amas que me amas que me amas. Do contrário evapora-se a amação pois ao não dizer: Eu te amo, desmentes apagas teu amor por mim. Exijo de ti o perene comunicado. Não exijo senão isto, isto sempre, isto cada vez mais. Quero ser amado por e em tua palavra nem sei de outra maneira a não ser esta de reconhecer o dom amoroso, a perfeita maneira de saber-se amado: amor na raiz da palavra e na sua emissão, amor saltando da língua nacional, amor feito som vibração espacial. No momento em que não me dizes: Eu te amo, inexoravelmente sei que deixaste de amar-me, que nunca me amastes antes. Se não me disseres urgente repetido Eu te amoamoamoamoamo, verdade fulminante que acabas de desentranhar, eu me p
Duas vezes nada acontece nem acontecerá. E assim sendo, nascemos sem prática e sem rotina vamos vivendo. Wislawa Szymborska, "A lguns Gostam de Poesia" .
Jô mandou um e-mail para as amigas pedindo indicação de costureira. Depois juntou as informações que recebeu e enviou pra todas. Já seria fofo até aí. Respondi o e-mail e fiquei achando ela linda. Mas ela ainda fez este post no blog dela . E é por isso que eu sempre digo que fiz reserva de mercado de mulher ótima na minha vida. momento mulherzinha pois bem estava eu a catar costureiras nesta belo horizonte e a última referencia que tive foi de uma moça em santa tereza - terra natal agora distante um pouco mais matutei um bocadinho até que claro! amigas! e depois de fazer uma novelinha por e-mail, contando pra todas sobre os efeitos do contato ainda recebo um e-mail de uma das queridas dizendo adorei o momento mulherzinha e só faltou dizer seguimos com a programação normal ahahahahah dorei!
Do Twitter do Milen: "Cismei que a dor provocada pelo brazilian waxing vira rancor contra os homens. So, pela volta do american waxing!" Gênio.
Como um rio Thiago de Mello Ser capaz, como um rio que leva sozinho a canoa que se cansa, de servir de caminho para a esperança. E de lavar do límpido a mágoa da mancha, como o rio que leva, e lava. Crescer para entregar na distância calada um poder de canção, como o rio decifra o segredo do chão. Se tempo é de descer, reter o dom da força sem deixar de seguir. E até mesmo sumir, para, subterrâneo, aprender a voltar e cumprir, no seu curso, o ofício de amar. Como um rio, aceitar essas súbitas ondas de águas impuras que afloram a escondida verdade nas funduras. Como um rio, que nasce de outros, saber seguir, junto com outros sendo e noutros se prolongando e construir o encontro com as águas grandes do oceano sem fim. Mudar em movimento, mas sem deixar de ser o mesmo ser que muda. Como um rio.
Anfiguri Vinícius de Moraes Aquilo que eu ouso Não é o que quero Eu quero o repouso Do que não espero. Não quero o que tenho Pelo que custou Não sei de onde venho Sei para onde vou. Homem, sou a fera Poeta, sou um louco Amante, sou pai. Vida, quem me dera... Amor, dura pouco... Poesia, ai!...
Depois que você me mandou limpar os óculos Tati Bernardi A mesa rodava, as luzes insistiam, os barulhos iam cessando como um prêmio e as pessoas tentavam me aquecer. Eu sabia que estava sendo amada, talvez como nunca em toda a minha vida. Mas só tinha olhos para os pêlos do seu braço. Eu olhava como quem não olha e me dizia baixinho: olha eles lá, olha lá os pêlos que eu tanto amo sem mais e sem fim. Matei finalmente a saudade do seu dedão. Seu dedão meio largo, meio torto, com a unha que preenche todo o dedão. Eu amo o seu dedão, amo sua unha meio roxa, amo a semicircunferência branca que sai da sua cutícula e vai até o meio da sua unha, amo a sua mão delicada que sai de um braço firme. Amo que os pêlos da sua mão pareçam meio penteados de lado. É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma v
Nada disfarça o apuro do amor Ana Cristina Cesar Um carro em ré. Memória de água em movimento. Beijo. Gosto particular da tua boca. Último trem subindo ao céu. Aguço o ouvido. Os aparelhos que só fazem som ocupam o lugar clandestino da felicidade. Preciso me atar ao velame com as próprias mãos. Sirgar. Daqui ao fundo do horto florestal ouço coisas que nunca ouvi, pássaros que gemem.
É meu.
... and I owe it all to you. (minha irmã vai amar este post, aposto).
Súplica Miguel Torga Agora que o silêncio é um mar sem ondas, E que nele posso navegar sem rumo, Não respondas Às urgentes perguntas Que te fiz. Deixa-me ser feliz Assim, Já tão longe de ti como de mim. Perde-se a vida a desejá-la tanto. Só soubemos sofrer, enquanto O nosso amor Durou. Mas o tempo passou, Há calmaria... Não perturbes a paz que me foi dada. Ouvir de novo a tua voz seria Matar a sede com água salgada.
Devagar com a louça que eu conheço a moça, vai devagar. E eu conheço a moça, devagar com a louça, vai, pra não errar. Devagar com a louça, Elza Soares.
A rede Lenine Nenhum aquário é maior do que o mar, mas o mar espelhado em seus olhos Maior, me causa um efeito de concha no ouvido, barulho de mar Pipoco de onda, ribombo de espuma e sal. Nenhuma taça me mata a sede, mas o sarrabulho me embriaga, mergulho na onda vaga eu caio na rede, não tem quem não caia. Às vezes eu penso que sai dos teus olhos o feixe de raio que controla a onda cerebral do peixe Nenhuma rede é maior do que o mar, nem quando ultrapassa o tamanho da Terra Nem quando ela acerta, nem quando ela erra, nem quando ela envolve todo o planeta Explode, devolve pro seu olhar o tanto de tudo que eu tô pra te dar Se a rede é maior do que o meu amor não tem quem me prove Às vezes eu penso que sai dos teus olhos o feixe de raio que controla a onda cerebral do peixe Se a rede é maior do que o meu amor não tem quem me prove Eu caio na rede, não tem quem não caia.
Retrato breve do adolescente Carlos Pena Filho Aos dez anos, tinha apenas um catecismo discreto e os olhos presos nas alvas e nudas formas do teto. Às vezes, em dias claros, em tardes de sol concreto retirava os olhos mudos das alvas formas do teto, sonhara tempos e navios, mas seu sonho predileto estava nos negros olhos que habitavam seu afeto e que ele há tanto buscava longe das formas do teto. Um dia, a chuva imprevista que às vezes sai do verão dormiu sobre o seu telhado mostrou-lhe a imaginação, tempo em que foi visitado seu humilde coração por Isa, Rosa e uma vaga Maria da Conceição e aquele mais do que nunca herói do sonhar em vão foi dormir com todas elas nas curvas da própria mão. Num dia de aniversário usou (a primeira vez) solenes calças compridas, gravata alegre. Era o mês em que nos campos mais frios e em outros campos, talvez, inauguravam-se as rosas imitando a quem as fez e aquele mais do que nunca, latino por sua tez, apascentou em silêncio as coisas que nunca fez. Depo