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Mostrando postagens de outubro, 2010
Amo. Do verbo levar e suas coreografias de calçada Xico Sá Levo minha menina na calçada, pelo lado de dentro, o da parede, que é o lugar da moça no passeio público, que é o lugar que diz o status do enlace para o mais lesado dos transeuntes. do lado de fora, a bonequinha na beira do asfalto, é amizade; do outro, como na coreografia dos meus passos de fred astaire do crato , do hellcife ou das augustas: romance, namoro, amor de muito, amancebo social clube. Levo ao cine, ao concerto de rock, ao original olinda style, à tapioca, às quiches com alface americana ou aos três acordes arroz, feijão e bife -por favor,uma farofa de ovo e uma cerveja preta, please, sim, ela ama uma banana assada, noooosa!, traga. Não esquecer de levar também, viu, para comprar vestidos e roupas de veraneio, q prazer nada viado aquele barulhinho da cortina dos provadoresvagabundos. levo porque levar é a grande função do bicho macho contemporâneo nesses tempos de frouxidões e covardias no atacado e no varejo. Levo
A Jô anda encontrando umas boas verdades. Outras mulheres Joyce e Paulo César Pinheiro Meu corpo é pedra em que nascem corais, sargaços e líquen. Que os homens todos me abracem, só quero aqueles que passem, não quero aqueles que fiquem. Gosto, meu bem, de andar nua, me pinto feito arco-íris. Jamais me tires da rua, porque jamais serei tua se tu não me repartires. Senti paixão por um bando, escorreguei como os peixes. Por isso eu peço que, quando sentires que já estou te amando, eu quero é que tu me deixes. Sou de ceder minhas graças, não sou aquela que queres. Pertenço ao rol das devassas, não quero que tu me faças igual às outras mulheres.
Eu suplico-vos fazei qualquer coisa aprendei um passo uma dança alguma coisa que vos justifique que vos dê o direito de vestir a vossa pele o vosso pêlo aprendei a andar e a rir porque será completamente estúpido no fim que tantos tenham sido mortos e que vós viveis sem nada fazer da vossa vida. Charlotte Delbo
A uma mulher Murilo Mendes Não tendo podido te criar Nem tendo sido criado por ti Eu me vingo do destino enxertando-me no teu ser. Jamais conseguirás te libertar de mim Porque eu te sitiei com a chama do amor, Porque rondei durante dias e noites o Coração de Deus A fim de extrair dele o segredo da ternura. Todos os que te olham pensam logo em mim, Todos os que me olham pensam logo em ti. Eu sou tua cicatriz que nunca se há de fechar. Eu te perseguirei até depois da minha morte E virei a ti no murmúrio dos ventos, no lamento das ondas, Na angústia e na alegria dos poetas meus sucessores, Nas almas grandes limitadas pelo físico. Sentado nas nuvens eternas eu te esperarei E me nutrirei através dos tempos da nostalgia de ti.
Sua mãe é uma das mulheres mais lindas e engraçadas que eu conheço. E eu arrepio seu cabelo quando ela está distraída, porque fica muito mais bacana. Bem-vindo, Matheus. A gente já adora você.
Beckham de novo. Agora sem rugas. Rs. Porque hoje eu tô achando ele o cara.
recado pra você que passou três horas pintando a cara: os homens são daltônicos! brincadeira, mas se não tem mancha de batom no dente, dificilmente ele vai perceber no seu rosto os 200 dólares em produtos comprados no freeshop. para o cara tudo tem uma explicação científica, inclusive as cores do seu rosto: ta bronzeada, é reação alérgica, pressão baixa, machucou os olhos, tem cílios de árabe, ta com anemia… cor só dentro do contexto. os caras identificam as cores do seu time, dos times adversários, cores do trânsito e metálicas automotivas. falando sério: só carregue na maquiagem se você for caixa de supermercado. ao invés dos 200, usa uns 20 dólares de produtos, que homem gosta mesmo é de cara limpa ou coisa parecida. e o gloss? eu preciso falar do gloss. queria uma maneira sutil pra dizer PARA DE USAR ESSA PORRA! o gloss é a única coisa que o seu namorado tem certeza que você não pensa nele quando usa. decote e mini saia ainda é um tipo esquisito de homenagem ao macho acessório do s
A liberdade não é mulher que ande pelos caminhos, não se senta numa pedra à espera de que a convidem para jantar ou para dormir na nossa cama o resto da vida. José Saramago, em "Levantado do chão".
Catei no blog da Jô . Coisa linda. Sem Cais Caetano Veloso e Pedro Sá Catei colo E o mar parou Fui deitando Pra perguntar Nome, bairro Amigo, amor De onde vem Parar o mar Seu sorriso Bateu aqui 'Inda posso Me apaixonar Quero tanto Quero tanto Quero tanto Quero tanto você Mar aberto Mar adentro Mar imenso Mar intenso Sem cais 'Tou com medo 'Tou com medo 'Tou com medo 'Tou com medo de ver Que 'inda posso Que 'inda posso Que 'inda posso Ir bem mais Barra, Gávea E Arpoador Deuses brancos De luz do mar Deuses negros Um esplendor Quem é essa E o que será Quem me dera Eu poder me dar Todo a essa Que eu nunca vi Quero tanto Quero tanto Quero tanto Quero tanto você Mar aberto Mar adentro Mar intenso Mar imenso Sem cais 'Tou com medo 'Tou com medo 'Tou com medo 'Tou com medo de ver Que 'inda posso Que 'inda posso Que 'inda posso Ir bem mais.
Devagar com a louça que eu conheço a moça, vai devagar. E eu conheço a moça, devagar com a louça pra não errar.
Versão com rugas. A minha preferida.
'Cause you can't jump the track We're like cars on a cable And life's like an hourglass, glued to the table No one can find the rewind button, girl So cradle your head in your hands And breathe, just breathe.
Demissão José Saramago Este mundo não presta, venha outro. Já por tempo de mais aqui andamos A fingir de razões suficientes. Sejamos cães do cão: sabemos tudo De morder os mais fracos, se mandamos, E de lamber as mãos se dependentes.
O açúcar Ferreira Gullar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem aos vinte e sete anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Donde se sabe que homem é vírgula; mulher é ponto final Xico Sá Sim, homem é frouxo, só usa vírgula, no máximo um ponto e virgula; jamais um ponto final. Sim, o amor acaba, como sentenciou a mais bela das crônicas de Paulo Mendes Campos: “Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar…” Acaba, mas só as mulheres têm a coragem de pingar o ponto da caneta-tinteiro do amor. E pronto. Às vezes com três exclamações, como nas manchetes sangrentas de antigamente. Sem reticências… Mesmo, em algumas ocasiões, contra a vontade. Sábias, sabem que não faz sentido prorrogação, os pênaltis, deixar o destino decidir na morte súbita. O homem até cria motivos a mais para que a mulher diga basta, chega, é o fim!!! O macho pode até sair para comprar cigarro na esquina e nunca mais voltar. E sair por ai dando baforadas aflitas no king-size do abandono, no Continental sem filtro da covardia
Líder.
Coração estranho, coração confuso, coração acelerado, coração ansioso, coração indeciso, coração que me pega sempre de surpresa.