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Esse texto é da Mari Clark, mas agora é um pouco meu também, porque ela me deu dizendo assim:

Dri, quando lhe mostrei esse texto, você me pediu para postá-lo e eu não deixei. Hoje, eu dou ele de presente para você e para o Blog da Dri. É só porque fica muito mais bonito quando passa por você.

Luisa
Mariana Clark

Luisa foi e Luisa voltou tantas vezes em minha cabeça desde aquele dia em que lhe pedi que nunca mais falasse comigo ou me mandasse qualquer coisa mesmo que fossem sinais de fumaça. Não quero perder o tempo de minha vida com você, Luisa, ou que ache que sou capaz de ser um pouco melhor, mais calmo ou mesmo que eu finja ser um adulto. Me irritou profundamente toda essa enrolação para não chegar a lugar nenhum e pode deixar que vou te mandar a conta dos meus três minutos perdidos que nunca terei de volta. Gostaria de falar sobre política, a situação anda catastrófica. Nem sinal de melhoria nas estradas, as federais e as que me levam até você. É difícil governar tamanha situação em que nos perdemos e procuramos nos achar em lugares em que já tivemos mas não estamos mais. Por mais que eu diga essas palavras duras e que Luisa ache tarifa mais barata em outras pessoas, alguém quem sabe que ache isso tudo uma primavera ou mesmo que no inverno uma primavera. Não sou assim, nunca fui fácil, sempre fingi ser coisas que não era. Eu e todas as outras pessoas, obviamente, mas poucas o admitem. E ainda me acho melhor do que os outros por isso, por ter esse gênio difícil, essas palavras duras. Enfim, que Luisa tenha ido e voltado várias vezes e eu tenha a pedido em casamento e depois jogado suas roupas pela janela, ela me chamando de intratável, eu concordando. Coisa mais triste. Eu concordando. E assim, nos odiando nos mesmos lugares em que antes nos amando. E eu agora, sozinho, escrevendo. Eu sozinho escrevendo. Olhando pela janela, confundindo as nuvens com sinais de fumaça. E as gaivotas que, juro, antes não estavam lá.

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