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Mostrando postagens de março, 2011
Estamos bem quando podemos ser atropelados sem considerar que alguém tentou nos matar ou que nós mesmos nos jogamos nas rodas do caminhão. Contardo Calligaris
Catar Feijão Catar feijão se limita com escrever: jogam-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebra dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a com risco.... João Cabral de Melo Neto
Você sabe que virou (meio) adulta quando 1-Percebe que um homem que diz que está confuso pode estar realmente confuso. 2-Sabe que quando um cara diz: “o problema é comigo” é porque o problema é com ele mesmo. 3-Começa a perceber quando alguém gosta de você. E quando alguém não gosta. 4-Sabe cobrar um preço justo pelo seu trabalho. 5-Sabe que vai morrer. 6-Sabe que é assim mesmo, um dia todos te amam, no outro você é meio medíocre e é assim que as coisas são. 7-Tem certeza de que você nunca vai saber tudo. 8-Sabe que nunca vai ser 100% sã. 9- Sabe que sempre vai ser meio infantil 10- Já se acostumou com a idéia de que vai gostar para sempre das mesmas bandas. 11- Não precisa se vestir de adulta para mostrar que é adulta. 12- Aceita que sempre vai ser do rock. Hey, ho, lets go 13- Consegue ouvir em seguida Ramones e Chico Buarque. 14- Se irrita menos quando dizem que você é “uma figura” 15- Sabe a hora de entrar e a hora de sair 16- E sabe que ainda vai errar muitas vezes na hora de ent
Quem faz alarde de alegria é porque não consegue mantê-la dentro de si. Os infelizes são os que estão sempre comemorando. Tati Bernardi
E depois de uma tarde de quem sou eu E de acordar a uma hora da madrugada em desespero... Eis que as três horas da madrugada eu me acordei E me encontrei Simplesmente isso: Eu me encontrei calma, alegre Plenitude sem fulminação Simplesmente isso Eu sou eu E você é você É lindo, é vasto Vai durar Eu sei mais ou menos O que vou fazer em seguida Mas por enquanto Olha pra mim e me ama Não Tu olhas pra ti e te amas É o que está certo. Clarice Lispector
"Quando o amor vacila", de autor desconhecido. Do show "Bethânia e as palavras", que me deixou muda.
Fernando Pessoa Num meio-dia de fim de primavera, Eu tive um sonho como uma fotografia. Eu vi Jesus Cristo descer à Terra. Ele veio pela encosta de um monte, Mas era outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva, A arrancar flores para deitar fora, E a rir de modo a ouvir-se de longe. Ele tinha fugido do céu, Era nosso demais para fingir-se De segunda pessoa da trindade. Num dia que Deus estava dormindo, E o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três: Com o primeiro, Ele fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido; Com o segundo, Ele se criou eternamente humano e menino; E com o terceiro, Ele criou um cristo eternamente na cruz, E deixou-o pregado na cruz que há no céu, E que serve de modelo às outras. Depois ele fugiu para o sol, E desceu pelo primeiro raio que apanhou. Hoje ele vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita, de riso natural, Limpa o nariz com o braço direito, Chapinha nas poças d'água, Colhe as flores, gosta delas, e
roubado do "Don't touch my moleskine".
Dois dias de carnaval no Rio de Janeiro e o resto da semana em Miami. E "felicidade" finalmente passa a se parecer mais com abraço e cama quentinha do que com tumulto, chuva e cerveja. Ou envelheci, ou fiquei esperta. A conferir.
Porque é isso.
Vai, Henrique! (e me emociona ver que tem jogador que se emociona por estar na Seleção).
Fechando o dia com o melhor da Caroli: vivaaaa vivaaaaa viva é o aniversáro da babita! 21:49 (isso foi um rap baiano, sabe?)
Presente de aniversário da minha mãe: foto antiga pra me lembrar de endurecer sem perder a ternura.
Saudosa amnésia Paulo Leminski Memória é coisa recente. Até ontem, quem lembrava? A coisa veio antes, ou, antes, foi a palavra? Ao perder a lembrança, grande coisa não se perde. Nuvens, são sempre brancas. O mar? Continua verde.