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Rita Apoena

"Essa casquinha fez uma ponte sobre a ferida porque
feridas abertas são como abismos por dentro."

"Vivo tão intensamente o momento presente
que quase chego atrasada ao momento seguinte."

"A gente dorme de olhos fechados
que é para poder sonhar por dentro, amor." 

"Quando você vai embora de nós
o pronome parte-se ao meio
você diz que só leva o s
e o que adianta?
se comigo sobra o nó
na garganta." 

“— E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
— Ah. Porque eu sou tímida.”

“Então você acha que eu, euzinha, 
vou deixar de amar 
ou levar abraços 
ou escrever uma cartinha colorida 
ou dar um presente e ligar no meio do nada 
ou amarrar nesta árvore um laço de fita 
ou esconder poemas em sua casa 
ou desenhar um mapa na minha barriga 
ou plantar um girassol na janela 
porque você já não me ama mais? 
E o que tenho eu a ver com isso,
se você já não me ama mais?”

“Eu sou contra a pena de lixo. Sou a favor da reciclagem. Afinal, o lixo também merece uma segunda chance.”

"Ela afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só uma mulher é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dela e ali ficar. Só uma fêmea é capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do macho e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os medos de um filhote".

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