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A Mari, de novo.

Eu, às vezes, me esqueço do seu rosto e o coração vai do estômago até a boca quando penso nisso. E me apavoro, por vezes, ao pensar que não me lembro da sua voz e quero te ligar para a ouvir de novo me dizer do seu dia ou daquelas todas. E esse movimento de sair e voltar à minha vida me confunde como poucas coisas e quando penso que te quero é porque, na verdade, não quero mais. E isso são tantos anos e tantas coisas que me esqueço dos seus olhos de ressaca, à maneira Capitu, que sempre me encantaram e me fixaram em um só sentido. E enquanto você finge que nada aconteceu, que não houve tudo aquilo e tenta apagar o passado, eu vou, como o meu amor, do que sou para o que sou também*, e fujo enquanto me aproximo. E não quero despejar tudo aquilo de novo, não quero o que passou, quero um mundo novo. E se me custou tanto fazê lo e refazê lo e pretender que você não passou. Que não tiveram seus abraços e sua risada. E me custou muito tudo isso, mais do que você possa imaginar. Então não, não finja que nada aconteceu e não ache que pode dizer que me quer de volta. Não volte à minha vida como se nunca houvesse saído.

*Roubadinho do Lobo Antunes.

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