No Chile com a Caroli
A Caroli é linda, delicada, uma boneca, racional, obediente, meiga, comportada - ou seja, ela é totalmente diferente de mim. Apesar disso, ou talvez por isso, é uma das mulheres que eu mais amo na vida. Voltamos ontem do Chile. Alguns dos melhores momentos de uma história de amor que já dura doze anos.
Logo depois do pouso, o ônibus do aeroporto esperando na pista para levar os passageiros até o terminal.
Caroli: "nossa, OUTRO ônibus de aeroporto. Eu odeio esses ônibus. Não é bem um medo, eu não tenho medo de andar em ônibus dentro do aeroporto. Mas eu odeio eles".
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No saguão do aeroporto, esperando todos os que iam com o transfer do hotel chegarem pra gente poder ir embora.
O guia: "vou levar essa turma aqui e vocês duas esperam a próxima".
Caroli: "é. A gente vai no ônibus que só tem jovem".
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O guia, falando portunhol: "los ladrones daqui podem até não andar armados, mas são espertos. Cuidado com as bolsas de vocês".
Minutos depois de um longo silêncio, Caroli: "nossa, que bom que los ladrones aqui não andam armados".
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Na loja do posto de gasolina.
Eu: "não sei que chocolate eu levo. Não conheço nenhum".
Caroli: "leva esse aqui. É excelente".
Eu: "você conhece?".
Caroli: "não, não. Mas tá escrito aqui no papel dele: excellence".
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Na estrada para Valparaíso.
Caroli: "não entendi muito esse GPS. Acho que tem alguma coisa errada. Aqui diz que se a gente ficar parada aqui, a gente chega lá por volta de seis horas da tarde".
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No banheiro da vinícola que visitamos.
Caroli: "meu deus, que água fria! A água desse país deve vir direto da Cordilheira dos Andes pra nossa torneira".
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No parque Santa Lucía, no alto de uma espécie de castelo cheio de pisos diferentes.
Caroli: "Dri, vai pra lá, naquele piso ali, mais baixo, pra eu tirar uma foto".
Eu: "Caroli, tem certeza? Ali só tem homem, tá lotado, eu vou ficar fazendo pose lá do lado deles?".
Caroli: "vai, é rapidinho".
Eu, voltando do tal piso, depois de ficar paradinha e com um sorriso congelado por vários minutos, cercada de homens desconhecidos, atrapalhando a passagem de um monte de gente, enquanto ela buscava calmamente o melhor ângulo: "deixa eu ver se a foto pelo menos ficou boa".
Caroli: "olha, na verdade não saiu muito você... é, não saiu você. O ângulo não tava ficando bom! Se bem que tem você aqui no cantinho, olha! Esse pontinho branco, tá vendo?".
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Caroli, já de volta ao Brasil, por email: "Babs [ela me chama de Babita porque não conhece nenhuma Bárbara e queria ter uma amiga com esse apelido], espero que a gente ainda faça muitas outras viagens até a gente ficar bem velhinha".
Comentários
Babita, eu AMO vc! Li ja um monte de vezes e do risada em todas!!! Bjo e ja to com saudade!
Ana Caroli
Nic.