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Anias Ninn


“É como uma doença, o desejo de ver alguém, o anseio profundo e forte. E você acabou de vê-lo, e vê-lo amanhã não vai satisfazer, e a mesma doença, como uma fome, chegará até você, mais forte a cada vez que você o vê. Não, eu não expliquei isso. Eu estava trabalhando hoje, escrevendo. Minha cabeça estava ocupada: minha mente estava repleta do trabalho. Ainda assim, todo o tempo, eu estava ciente de uma dor - corrosiva - como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. E a mente não pudesse fazer nada sobre isso. Era físico: estava nas veias, no sangue, na pele. Eis por que as relações humanas são tão perigosas - porque a mente não tem poder sobre elas”.


“Estou diabolicamente só. O que eu precisava era de alguém que pudesse me dar o que eu dou a Henry: essa atenção constante. Eu leio cada página do que ele escreve, eu acompanho suas leituras, eu respondo a suas cartas, eu o ouço, eu lembro de tudo que ele diz, eu escrevo sobre ele, eu lhe faço presentes, eu o protejo, estou pronta, para a qualquer momento, desistir de qualquer pessoa por causa dele, eu acompanho seus pensamentos, entro em seus planos - um cuidado apaixonado, maternal e intelectual. Ele. Ele não pode fazer isso. Ninguém pode. Ninguém sabe como. É uma arte, um dom. Hugh me protege, mas ele não corresponde. Henry corresponde, mas ele não encontra tempo para ler o que eu escrevo. Ele não entende todos meus humores, nem escreve sobre mim”.

Comentários

Raquel disse…
qual a referencia desse texto?

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Sex and the city . Nunca vi - nunca mesmo - e não gostei. Acho deprimente o bando de mulheres na faixa dos trinta (vejam bem: não estou falando de adolescentes!) que acreditam que Nova York é aqui, que se sentem modernetes porque lêem Nova (audácia!), que fazem tratados sobre o significado oculto do comportamento masculino e que - esta é a cereja do bolo - anunciam numa mesa de bar: "nossa, eu sou muito a Carrie" ou qualquer uma das personagens caricatas do seriado. É só um programinha de TV, meninas. De outro país, outra cultura, sobre mulheres que têm roupas e depressões fashion-bacaninhas (não, não precisa ter assistido pra saber do que se trata). Pelo amor de Deus. E depois a gente é obrigada a escutar que falta "homem interessante" no mundo.
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