O homem, o mito, a fraude Xico Sá Uma das coisas mais hilárias, para não dizer infantis, dos modos de macho e os seus be-a-bás, é o caso do falso don Juan. O homem, o mito, a fraude. Narrativas eróticas que jamais aconteceram à vera, apenas e tão-somente na garganta, riacho de muitos peixes grandes, do contador de vantagens. A nossa mania começa logo nos verdes anos, na mentira de que não somos mais donzelos, e daí levamos ao túmulo, incorrigíveis e tarados Brás Cubas. No princípio, é uma vergonha assumir a virgindade no meio de tantos machões que nos desfiam suas epopéias com o mulherio. Aí contamos também a nossa “vasta experiência”. Não somos nada bocós ou bestas. Segue a vida enfim, segue a vida, como decifra o velho Fred 04 no seu mundo livre sociedade anônima. Um amigo relata no botequim que traçou uma flor do bairro ou a gostosa da firma; ouve o coro ridículo carregado de chope, caldinho, torresmo e testosterona à milanesa: “Comi muiiito!” O falso don Juan é a doença infantil e ...