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Mostrando postagens com o rótulo adalgisa nery
Poema natural Adalgisa Nery Abro os olhos, não vi nada Fecho os olhos, já vi tudo. O meu mundo é muito grande E tudo que penso acontece. Aquela nuvem lá em cima? Eu estou lá, Ela sou eu. Ontem com aquele calor Eu subi, me condensei E, se o calor aumentar, choverá e cairei. Abro os olhos, vejo um mar. Fecho os olhos e já sei. Aquela alga boiando, à procura de uma pedra? Eu estou lá, Ela sou eu. Cansei do fundo do mar, subi, me desamparei. Quando a maré baixar, na areia secarei, Mais tarde em pó tomarei. Abro os olhos novamente E vejo a grande montanha, Fecho os olhos e comento: Aquela pedra dormindo, parada dentro do tempo, Recebendo sol e chuva, desmanchando-se ao vento? Eu estou lá, Ela sou eu.
Escultura Adalgisa Nery Eu já te amava pelas fotografias. Pelo teu ar triste e decadente dos vencidos, Pelo teu olhar vago e incerto Como o dos que não pararam no riso e na alegria. Te amava por todos os teus complexos de derrota, Pelo teu jeito contrastando com a glória dos atletas E até pela indecisão dos teus gestos sem pressa. Te falei um dia fora da fotografia Te amei com a mesma ternura Que há num carinho rodeado de silêncio E não sentiste quantas vezes Minhas mãos usaram meu pensamento, Afagando teus cabelos num êxtase imenso. E assim te amo, vendo em tua forma e teu olhar Toda uma existência trabalhada pela força e pela angústia Que a verdade da vida sempre pede E que interminavelmente tens que dar!...