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Mostrando postagens de fevereiro, 2006
"Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa". Clarice Lispector . Que difícil achar a medida.
O gigante Tati Bernardi Ontem eu ensaquei o Lorenzo, nosso filho que você me deu em uma das nossas milhares de brigas sem fim e sem jeito. Ele me olhou triste, passivo e impotente, assim como eu também olhei para ele e assim como tenho olhado para o mundo. Dei um abraço forte no nosso urso cinza e chorei que nem uma criancinha de cinco anos que sofre porque está com rinite alérgica e tem que tirar os brinquedos de pelúcia do quarto. A realidade acabando com a brincadeira mais uma vez. Depois foi a vez das fotos, eu beijei uma por uma e guardei numa caixa, coloquei a caixa num canto escondido e alto do armário, no mesmo canto escuro e esquecido por onde anda meu coração. Olhei meu lindo vestido novo e pensei o quanto ele era feio porque eu nunca o colocaria para você. Olhei meus sapatos novos e pensei como seria triste usá-los sem nem saber direito para onde ir. Olhei minha velha cara no espelho e tive muita pena do quanto aquele rosto ainda ia esbugalhar os olhos para o teto lembrando
Fernando tentando me conquistar novamente. Ganhou, claro. . POESIA NEO-CONCRETA DA DRI Sinapse, Sinopse, Sinepse, Canteiros de luz no japão Caminhos de cor sem sentir Palavras de amor na sarjeta A Dri adora sua lambreta
Os Idiotas Walter Salles . Praia de Lopes Mendes, Ilha Grande, domingo de manhã. Como é uma área de proteção ambiental, não há carros. Chega-se até ali caminhando por uma longa e bem-preservada trilha através da mata atlântica ou pelo mar, de barco. Por causa das férias escolares, há muitas crianças na areia. De repente, o cenário se transforma numa cena de "Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola. Um helicóptero dá um rasante na praia. Depois chega outro, e logo mais um terceiro. Ferindo a lei, pousam ao lado da areia, perto de uma pequena igreja construída pelos pescadores da região -uma das únicas edificações da praia. Os passageiros saltam. Você já os viu naquelas revistas que glorificam "celebridades". Caminham pela praia, dão um rápido mergulho, mas não ficam. Logo partem para atazanar uma outra freguesia, não sem antes darem novos rasantes na praia. O negócio não é desaparecer na geografia de um lugar. O negócio é ser visto. Não interessam as tradições do l
O que eu aprendi com os meus ex namorados Nina Lemos, do site 02 Neurônio "É passado." Depois que ele falou isso, com aquela frieza macha que a gente bem conhece, decidi que a dor pode ser um pouco presente. Mas ele é passado mesmo. Então, comecei a lembrar o que eu aprendi com os meus ex namorados. Aprendi muitas coisas. Com o primeiro, aprendi a andar de moto, na garupa, claro. E a me preocupar com homem drogado. Sim, era o primeiro! Com um deles, aprendi coisas sobre bicicleta, ele era biker fanático. Até vi um vídeo sobre bicicleta. E fingi que gostei por um tempo. (...) Com um ex namorado muito do passado aprendi a gostar de REM (isso foi realmente uma coisa boa) e a ser a outra (isso foi realmente uma coisa ruim). Mas ele também me ensinou muitas coisas sobre o rock de Brasília. Dois deles fizeram músicas para mim e eu virei musa. Dois deles me pediram em casamento. Com um eu aceitei. Um deles fez fotos lindas minhas pelada. Um deles me ajudou a mudar os móveis da minh
"Amo o funk, mas acho que algumas coisas deixam a mulher muito vulgar. Se você paga motel para o seu namorado, tudo bem, mas não precisa gritar. A mulher, quando quis a independência, era pra ser realmente independente. Em vez disso, virou homem e ficou tão bruta quanto ele. Ninguém gosta de cabra-macho-sim-senhor. Faltou no funk uma pequena dose de elegância. Por que a mulher brasileira é muito elegante, olha aí a Gisele Bündchen. Tenho certeza de que ela não sai por aí de shortinho enfiado na bunda. Amo essas meninas do funk, adoraria falar isso pra elas, mas quem quer me ouvir? Pra elas, isso tudo pode ser um balde de merda. Mas eu já vivi bastante. Tomei muita porrada, fui mãe nove vezes". . Elza Soares, Revista TPM.
Ontem eu morri De Milly Lacombe Três coisas me deixam em pânico: a idéia de que eu um dia vou morrer, a idéia de que aqueles que eu amo um dia vão morrer e, acima de uma e da outra, a possibilidade real de topar com uma barata em algum canto da casa. Quanto à barata, não há o que fazer a não ser selecionar as companhias de vida eliminando do convívio aquelas incapazes de matá-las. Não existe, para mim, amor que resista à falta de disposição para tascar o chinelo no diabólico inseto (e, na sequência, me mostrar o cadáver – exigência que surgiu depois de ter sido enganada várias vezes). Mas, para tentar driblar esse paranóico medo de morrer não pude contar com a ajuda de terceiros. Fui então obrigada a desenvolver uma técnica que depois de um tempo se mostrou invejável: me convenci de que jamais morrerei. É muito simples, na verdade. Basta acreditar que a morte não existe e que, mesmo que alguns de seus entes queridos aparentemente já tenham sido supreendidos por ela, isso jamais aconte