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Mostrando postagens de agosto, 2008
"É por isso que se há de entender que o amor não é ócio, e compreender que o amor não é um vício, o amor é sacrifício, o amor é sacerdócio". Chico Buarque
... quando você está prestes a anunciar uma carreira solo, aparece alguém pra te lembrar do quanto é bom dividir as coisas. Até o que não se divide. E principalmente o que te divide. Cris, mais uma vez: obrigada.
Tempo Adélia Prado A mim que desde a infância venho vindo como se o meu destino fosse o exato destino de uma estrela apelam incríveis coisas: pintar as unhas, descobrir a nuca, piscar os olhos, beber. Tomo o nome de Deus num vão. Descobri que a seu tempo vão me chorar e esquecer. Vinte anos mais vinte é o que tenho, mulher ocidental que se fosse homem amaria chamar-se Eliud Jonathan. Neste exato momento do dia vinte de julho de mil novecentos e setenta e seis, o céu é bruma, está frio, estou feia, acabo de receber um beijo pelo correio. Quarenta anos: não quero faca nem queijo. Quero a fome.
... e é por isso que um dia, contrariando todas as minhas expectativas, eu me casei.
Antes do nome Adélia Prado Não me importa a palavra, esta corriqueira. Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe, A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda, foi inventada para ser calada. Em momentos de graça, infrequentíssimos, se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão. Puro susto e terror.
Desculpem pela ausência, mas não tem sido fácil morar em duas cidades simultaneamente e, entre uma e outra viagem, arranjar tempo de matar as saudades. . Hilda Hilst Te amo, Vida, líquida esteira onde me deito Romã baba alcaçuz, teu trançado rosado Salpicado de negro, de doçuras e iras. Te amo, Líquida, descendo escorrida Pela víscera, e assim esquecendo Fomes País O riso solto A dentadura etérea Bola Miséria. Bebendo, Vida, invento casa, comida E um Mais que se agiganta, um Mais Conquistando um fulcro potente na garganta Um látego, uma chama, um canto. Amo-me. Embriagada. Interdita. Ama-me. Sou menos Quando não sou líquida. (Alcoólicas - V)
Amavisse Hilda Hilst Como se te perdesse, assim te quero. Como se não te visse (favas douradas Sob um amarelo) assim te apreendo brusco Inamovível, e te respiro inteiro Um arco-íris de ar em águas profundas. Como se tudo o mais me permitisses, A mim me fotografo nuns portões de ferro Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima No dissoluto de toda despedida. Como se te perdesse nos trens, nas estações Ou contornando um círculo de águas Removente ave, assim te somo a mim: De redes e de anseios inundada. (II) * * * Descansa. O Homem já se fez O escuro cego raivoso animal Que pretendias.
A Carol postou isso aqui , e eu traduzo o post dela, porque ele podia ser meu, literalmente. Sempre tento explicar pro Fer que algumas das minhas músicas preferidas tocam as histórias mais longínquas da minha vida, e que o que sinto por elas é amor, não é nada de "gosto musical". Ele ouve, mas algumas coisas não se transmitem. Ter uma irmã é não ter que se preocupar em explicar demais: é saber que alguém entende perfeitamente o significado afetivo das melhores memórias que você guarda. . . Memórias de infância Se tem uma coisa que eu posso dizer das minhas memórias de infância é que elas são recheadas de música boa. Lembro de ser arrastada para shows com minha irmã pelos meus pais, tínhamos provavelmente cinco e seis anos. Nós odiávamos ter que ir, e perguntávamos pra eles se poderíamos jogar baralho durante as apresentações, mas acabávamos gostando no final, mesmo que não admitíssemos. Por causa daquela época, antes da adolescência já tínhamos visto alguns dos melhores músi
Você eu tenho que ter, meu amor Pra poder comer, pra poder comer, pra poder comer Você eu tenho que ter, meu bem Pra poder dormir, pra poder dormir, pra poder dormir Você eu tenho que ter Pra poder dizer Você eu tenho que ter Pra poder dizer. Alice Ruiz/Itamar Assumpção