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Mostrando postagens de agosto, 2012
Rita Apoena "Essa casquinha fez uma ponte sobre a ferida porque feridas abertas são como abismos por dentro." "Vivo tão intensamente o momento presente que quase chego atrasada ao momento seguinte." "A gente dorme de olhos fechados que é para poder sonhar por dentro, amor."  "Quando você vai embora de nós o pronome parte-se ao meio você diz que só leva o s e o que adianta? se comigo sobra o nó na garganta."  “— E você, por que desvia o olhar? (Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.) — Ah. Porqu
inutilidades para o amor romântico ana guadalupe I não sei o que fazer com você chinelos de dedo decorados com miçangas pequenos morcegos de crochê II não sei o que fazer com você estampa pra camiseta, caneca, capa de caderno onde errarei uma das letras do seu sobrenome onde você não vai anotar suas coisas coisa nenhuma III não sei o que fazer com você embora pense nisso antes de dormir e aos domingos que é quando há tempo sobrando eu poderia por exemplo só me aproximar no quinto dia útil ou esperar nossos quarenta anos o que seria um ato heróico considerando a rapidez dos novos tempos poderia também desenvolver melhor o texto das mensagens e caprichar no mistério sei que você aprecia um mistério poderia muito bem fazer uns jogos sumir durante um tempo e voltar em julho mentir que viajei pelo mundo em teoria voltei com novos olhos com horizontes que aumentaram tanto que estouraram te mostraria então os restos dos meus horizontes mas antes poderia te encaixar em tarefas mais int
Vamos perder e retomar o contato Ana Guadalupe vamos perder o contato? visto que não há motivo para mantê-lo por meio de encontros e recados se a cada dia acordamos outro e não vamos manter nem em sonho nosso outro de ontem outrora foi mais fácil cortar os laços todos vamos retomar e perder o contato só no arquivo permanente do passado o outro ficará pra sempre lacrado prêmio que apenas antecipamos cromo raríssimo pacote intacto
mapa de tesouro menino vestido de pirata eu sei que os carnavais têm sua graça por isso eu respiro engraçado quando te vejo sinto meus braços acenando para navios parados Ana Guadalupe
daqui a pouco depois quando não existe depois não existe só o agora continua insistente se fosse um homem ou mulher de olhos grandes o agora telefonaria muitas vezes até que alguém atendesse pra que a gente se gostasse no primeiro instante e vivesse dias inteiros estragados por detalhes aparelhos com defeito, despencamento de cabides um amigo inconveniente, o gênero errado de filme alergia a pólen alergia a cabelos Ana Guadalupe
Diego Sanchez
Mulher Mulher, o mais terrível e vivo dos espectros, Por que te alimentas de mim desde o princípio? Em ti encontro as imagens da criação: És pássaro, és flor, pedra e onda variável... Mais que tudo, a nuvem que volta e se consome. Dormir, sonhar - que adianta, se tu existes? Se fostes forma somente! és idéia também. Ah, quando descerá sobre mim a paz antiga. Murilo Mendes
"É só que eu queria te acolher, sabe, moço. Para você se sentir mais à vontade no mundo, entendido, querido, desamarrado. Então, de repente, livrar-se de um clássico pensamento: “como é difícil ser eu”.  Carolina Assunção. Daqui . (e eu tinha passado o fim de semana todo comentando o quanto eu te acho foda, C4!).
Fernando Pessoa O amor causa-me horror; é abandono, Intimidade... Não sei ser inconsciente E tenho para tudo (...) A consciência, o pensamento aberto Tornando-o impossível. E eu tenho do alto orgulho a timidez E sinto horror a abrir o ser a alguém, A confiar nalguém. Horror eu sinto A que perscrute alguém, ou levemente Ou não, quaisquer recantos do meu ser. Abandonar-me em braços nus e belos (Inda que deles o amor viesse) No conceber do todo me horroriza; Seria violar meu ser profundo, Aproximar-me muito de outros homens. Uma nudez qualquer - espírito ou corpo - Horroriza-me: acostumei-me cedo Nos despimentos do meu ser A fixar olhos pudicos, conscientes Do mais. Pensar em dizer - "amo-te" E "amo-te" só - só isto, me angustia.
Do Carpinejar para a revista Capricho, alguns trechos de "Tudo o que você deve saber sobre um ex".  — Ex é um vírus que compromete seu computador. Perderá os álbuns na web, já que inventou de tirar a maior parte das fotos com os rostos colados.   — Ex é quando o "tudo bem?" deixa de ser um cumprimento para realmente soar como uma pergunta.  — Ex se torna o mais simpáticos dos seres com o fim do namoro. Não esqueça: ele está fingindo. Mas tanto faz, vai doer igual.  — Ex é repetir detalhes e palavras da despedida, mudando a ordem das frases e testando se havia alguma esperança do final ser diferente.  — Ex é pensar pela primeira vez numa viagem longa para uma região remota em um trabalho voluntário. — Ex é melhorar as amizades e piorar a relação com os pais e irmãos.  — Ex é ter saudade de si. E raiva de qualquer outro aborrecimento menor.  — Ex é sempre encontrar algo dele perdido em suas coisas, é sempre procurar algo seu que deve estar nas cois
Três coisas Não consigo entender  O tempo  A morte  Teu olhar  O tempo é muito comprido  A morte não tem sentido  Teu olhar me põe perdido  Não consigo medir  O tempo  A morte  Teu olhar  O tempo, quando é que cessa?  A morte, quando começa?  Teu olhar, quando se expressa?  Muito medo tenho  Do tempo  Da morte  De teu olhar  O tempo levanta o muro.  A morte será o escuro?  Em teu olhar me procuro.    Paulo Mendes Campos
Ditirambo Meu amor me ensinou a ser simples Como um largo de igreja Onde nem há nem um sino Nem um lápis Nem uma sensualidade Oswald de Andrade
Orlando Pedroso
Orlando Pedroso
You ask me to enter, b ut then you make me crawl.  I can't be holding on t o what you've got w hen all you've got is hurt. Is it getting better or do you feel the same? Will it make it easier on you now if you've got someone to blame? You said one love, one life, when it's one need in the night. One love, we get to share it. It leaves you, baby, if you dont care for it. Did i disappoint you or leave a bad taste in your mouth? You act like you never had love and you want me to go without. Well, its too late tonight to drag the past out into the light. We're one but we're not the same, we get to carry each other, carry each other. One. Have you come here for forgiveness? Have you come to raise the dead? Have you come here to play jesus to the lepors in your head? Did I ask too much, more than a lot? You gave me nothing, now it's all i got. We're one but we're not the same. Well, we hurt each other and we're doing it again. You
mau sinal no subsolo mau sinal se aqui não chega o calor que você dizia enviar só pra mim o roteador não tem nada a dizer sobre os planos largos acima dos cabos ninguém pra arrombar as portas trancadas dos carros e destruir os anexos que você dizia manter só pra mim Ana Guadalupe
Horrível letra de mão Ana Guadalupe quanto mais feia for a sua letra de mão mais comoção devo sentir em especial com as menores e mais redondas deitadas como pedestre atropelado e deixado nas linhas conhecidas como ‘letra do atrasado na escola’ ou ‘caligrafia de quem já nasceu com as teclas’ alguém que talvez precise usar régua pra alinhar as coisas que talvez precise de ajuda e recuperação que talvez precise de mim talvez precise de mim
Sim. Todos os poemas São de amor Pela rima, Pelo ritmo, Pelo brilho Ou por alguém, Alguma coisa Que passava Na hora Em que a vida Virava palavra. Alice Ruiz