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Mostrando postagens de julho, 2008
"As cobras", Veríssimo
Saudades Florbela Espanca Saudades! Sim... talvez... e porque não?... Se o nosso sonho foi tão alto e forte Que bem pensara vê-lo até à morte Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer! Para quê?...Ah! Como é vão! Que tudo isso, Amor, nos não importe. Se ele deixou beleza que conforte Deve-nos ser sagrado como o pão! Quantas vezes, Amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar, Mais doidamente me lembrar de ti! E quem dera que fosse sempre assim: Quanto menos quisesse recordar Mais a saudade andasse presa a mim!
"As cobras", Veríssimo (várias delas, porque eu adoro e encontrei tirinhas novas!).
"As cobras", Veríssimo.
As cobras, L. F. Veríssimo
Ana Cristina Cesar A ponto de partir, já sei que nossos olhos sorriam para sempre na distância. Parece pouco? Chão de sal grosso, e ouro que se racha. A ponto de partir, já sei que nossos olhos sorriem na distância. Lentes escuríssimas sob os pilotis.
Seria o analista um sujeito que sabe o que diz? Não, ninguém sabe o que diz, ninguém sabe os efeitos que tem, no outro, o que alguém diz. Mas, o analista seria um sujeito que sabe que o essencial está entre as palavras e não nas palavras. Um analista - profissão impossível, dizia Freud; estafante, dizia Lacan - é um sujeito que aceita ser responsável pelos efeitos de seu dizer mais além do que diz, não pode se desculpar pelo fato de que não seria isso o que quereria dizer. Jacques-Alain Miller, "Lacan elucidado"
... e a minha vida é tão confusa quanto a América Central por isso não me acuse de ser irracional... Engenheiros do Hawaii, "Infinita Highway".
Os teus pés Pablo Neruda Quando não posso contemplar teu rosto, contemplo os teus pés. Teus pés de osso arqueado, teus pequenos pés duros. Eu sei que te sustentam e que teu doce peso sobre eles se ergue. Tua cintura e teus seios, a duplicada púrpura dos teus mamilos, a caixa dos teus olhos que há pouco levantaram vôo, a larga boca de fruta, tua rubra cabeleira, pequena torre minha. Mas se amo os teus pés é só porque andaram sobre a terra e sobre o vento e sobre a água, até me encontrarem. Alguém aí ganhou esse poema no dia do casamento, lido em público pelo noivo? Alguém? Alguém? Ok, então é só meu. Fim.
Não acredito em espíritos, em gnomos, em anjos, em quase nada que eu não possa ver. Mas acredito em energia boa e má, eu acho. Fiquei pensando nisso porque ver macumba na encruzilhada sempre me dá um medão inexplicável pelo meu ceticismo quase absoluto.
(...) Segundo Ingrid, os militares que se fizeram passar por guerrilheiros para fazer o resgate se camuflaram de tal maneira que vários usavam camisetas com imagem de Ernesto Che Guevara. "Eles falavam como guerrilheiros e se vestiam como eles", disse. De acordo com a ex-refém, a operação começou ao amanhecer, quando os reféns foram informados pelos guerrilheiros de que iriam ser transferidos. Ela disse que nenhum refém suspeitou da operação, e que só se deram conta de que foram resgatados quando um dos supostos guerrilheiros gritou: "somos o Exército da Colômbia, vocês estão livres." (...) . Ingrid Betancourt, refém das Farc por seis anos, libertada hoje na Colômbia.
A arte da cantada permanente - o remake Xico Sá. A cantada, amigos, é como a revolução de Mao Tse-Tung, tem que ser permanente. Existem mulheres que a gente canta no jardim da infância para dar o primeiro beijo lá pelos treze, quatorze. Mas é necessário que a cante sempre, não aquela cantada localizada, neoliberal e objetiva, falo do flerte, do mimo, do regador que faz florescer, como numa canção brega, todos os adjetivos desse mundo. A cantada de resultado, aquela imediata, é uma chatice, insuportável, se eu fosse mulher reagiria com um tapa de novela mexicana, daqueles que fazem plaft! A boa cantada é a cantada permanente. E mais importante ainda depois que rolam as coisas, depois que acontece, aí a cantada vira devoção, oração dos pobres moços a todas elas. Porque cantar só para uma noitada de sexo é uma pobreza dos diabos, qualquer um animal o faz. Porque cantar, à vera, é cantar todas e não cantar nenhuma ao mesmo tempo. Explico: é espalhar pacientemente a devoção a todas as mulhe