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Mostrando postagens com o rótulo Antonio Cícero
Três Antonio Cícero Um Foi grande o meu amor não sei o que deu quem inventou fui eu fiz de você o sol da noite primordial e o mundo fora nós se resumia a tédio e pó quando em você tudo se complicou Dois Se você quer amar não basta um só amor não sei como explicar um só é sempre demais pra seres como nós sujeitos a jogar as fichas todas de uma vez sem temer naufragar não há lugar para lamúrias essas não caem bem não há lugar para calúnias mas por que não nos reinventar Três Eu quero tudo que há O mundo e seu amor Não quero ter que optar Quero poder partir Quero poder ficar Poder fantasiar Sem nexo e em qualquer lugar Com o seu sexo Junto ao mar
Guardar Antônio Cícero Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro Do que um pássaro sem vôos. Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guardá-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance de um poema: Por guardar-se o que se quer guardar.