Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2006
São demais os perigos desta vida Toquinho e Vinícius de Moraes São demais os perigos desta vida pra quem tem paixão Principalmente quando uma lua chega de repente E se deixa no céu, como esquecida E se ao luar que atua desvairado Vem se unir uma musica qualquer Aí então é preciso ter cuidado Porque deve andar perto uma mulher Deve andar perto uma mulher que é feita De música, luar e sentimento E que a vida não quer de tão perfeita Uma mulher que é como a própria lua: Tão linda que só espalha sofrimento Tão cheia de pudor que vive nua
Sexo com ou sem neurônios De Xico Sá. Quanto mais intelectual... menos atirada, menos dada ao sexo. E não se trata apenas de prosopopéia deste ignorante que vos fala. A sentença polêmica é o resultado da Pesquisa de Padrão de Vida (PPV) do científico IBGE. Segundo o numerol, 61,4% da moças com mais de 12 anos de estudo não estão ligadas a nenhuma atividade sexual. Foram ouvidas mulheres entre 15 e 49 anos em todo o país. Estudos semelhantes feitos na Europa e EUA já haviam apontado a mesma tendência, incluindo também a marmanjada. Será? O instituto não pesquisou as razões da inapetência. Seria sublimação? Falta de homem à altura? Falta de homem simplesmente, mesmo que um burro, um jumento qualquer? Só Deus sabe. Só sei que as enigmáticas discípulas de Clarice Lispector e as belas balzaquianas filiadas à Nouvelle Vague irão subir pelas paredes com as conclusões da estatística brasileira. Se já praguejaram contra as pesquisas de intenção de votos, imaginem com esta
TPM: Você já disse que uma reunião só de mulheres é a coisa mais chata do mundo. Você tem amigas mulheres? Danuza Leão: Não muitas. Me dou muito bem com homem e de uma certa maneira eu dou bem razão a eles: somos insuportáveis, principalmente apaixonadas. Mulher é muito chata, só fala de homem, se o cara telefonou, se não telefonou. Outro dia fui a um restaurante e tinha uma mesa com seis homens. Homens famosos, legais. Tomei um drinque, depois fui para a mesa, comi, pedi sobremesa... quando levantei e fui embora eles continuavam lá felicíssimos, sem mulher do lado.
Mau humor Lula Vieira (como eu recebi esse pela internet, não excluam a possibilidade de o autor estar errado - mas o texto não deixa de ser ótimo). Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato. Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho. Joaquim Ferreira dos Santos, em "O Globo" de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa "agregar valor". Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica mamando de segundo em segundo é uma chata. São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais a vida está confirmando estas conclusões. Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não cons
Eles e o Chico Buarque Nina Lemos O disco novo do Chico é maravilhoso. Disso, ninguém na mesa do Baixo Gávea ousou discordar. É lindo. É de chorar. Mas... meus amigos homens, ali, fãs do Chico tanto quanto eu, começaram a falar: "Ouvi dizer que ele tem pau pequeno", disse um. "Ah, claro, se tivesse pau grande não escreveria tão bem", completou outro." "Mas imagina, o Chico Buarque já é foda. De pau grande não seria possível", responde outro. Esses meus amigos não são de falar sobre pau de homem, que fique claro. Mas o assunto era o Chico Buarque. E um deles têm razão quando disse: "todas, mas absolutamente todas as mulheres que eu já comi na vida só deram para mim porque não conseguiram dar para o Chico Buarque". Verdade. Entramos no carro ao som de "Ela faz cinema". "O mais foda é que o Chico Buarque vai pegar muita mulher por causa dessa música", diz um deles. E completa: "se até eu vou pegar só porque vou mostrar
Quando elas pegam pesado De Xico Sá. Sim, o caminho do excesso conduz ao palácio da sabedoria, como disse o poeta, um romântico inglês de marca maior, William Blake. Em muitas ocasiões, vale o verso. Em uma, em especial, pode ser um desastre. Palavra de homem, confesso. Sabe quando ela tenta ser sexy ao extremo? Ai é que mora o perigo. Fica tão caricato, meu Deus, que nos brocham, afastam. Elas ficam parecendo manequins de sex shop: modelão over, minissaia, decote, lingerie, perfumes apurados, coreografia ensaiada, beicinhos fora de hora... Se a gente vai para a casa delas, deus mio, pior ainda: lá está o incenso exagerado e enjoativo, a luz ensaiada, os sais fervilhando na banheira _se for o caso de uma dama bem de vida_ e todo um circo que nos tira do prumo. E haja caras de “sexy”, coisa de quem aprendeu, passo a passo, nas páginas de revistas que “ensinam” as mais novas posições para um orgasmo infalível! Como se o kama-sutra fosse pouco. Mulheres, esqueçam o kit sex shop. É mais im
Hilda Hilst E por que haverias de querer minha alma Na tua cama? Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas Obscenas, porque era assim que gostávamos. Mas não menti gozo prazer lascívia Nem omiti que a alma está além, buscando Aquele Outro. E te repito: por que haverias De querer minha alma na tua cama? Jubila-te da memória de coitos e de acertos. Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
Moça na cama Adélia Prado Papai tosse, dando aviso de si, vem examinar as tramelas, uma a uma. A cumeeira da casa é de peroba do campo, posso dormir sossegada. Mamãe vem me cobrir, tomo a bênção e fujo atrás dos homens, me contendo por usura, fazendo render o bom. Se me tocar, desencadeio as chusmas, os peixinhos cardumes. Os topázios me ardem onde mamãe sabe, por isso ela me diz com ciúmes: dorme logo, que é tarde. Sim, mamãe, já vou: passear na praça em ninguém me ralhar. Adeus, que me cuido, vou campear nos becos, moa de moços no bar, violão e olhos difíceis de sair de mim. Quando esta nossa cidade ressonar em neblina, os moços marianos vão me esperar na matriz. O céu é aqui, mamãe. Que bom não ser livro inspirado o catecismo da doutrina cristã, posso adiar meus escrúpulos e cavalgar no topor dos monsenhores podados. Posso sofrer amanhã a linda nódoa de vinho das flores murchas no chão. As fábricas têm os seus pátios, os muros tem seu atrás. No quartel são gentis comigo. Não quero c
Alice Ruiz e agora Maria? o amor acabou a filha casou o filho mudou teu homem foi pra vida que tudo cria a fantasia que você sonhou apagou à luz do dia e agora Maria? vai com as outras vai viver com a hipocondria
Alice Ruiz se você marcar bobeira ou se eu me fizer de tonta nunca mais eu apareço nunca mais você me encontra acho que vou dar bandeira venha porque já estou pronta só devia haver começo a vida passa e não tem volta venha porque a gente ajeita sempre existem prós e contras mas se a gente não encara nossa vida embolora chegue que a hora é agora ou me esqueça e vá embora
olho muito tempo o corpo de um poema até perder de vista o que não seja corpo e sentir separado dentre os dentes um filete de sangue nas gengivas. Ana Cristina Cesar