A arte da cantada permanente - o remake Xico Sá. A cantada, amigos, é como a revolução de Mao Tse-Tung, tem que ser permanente. Existem mulheres que a gente canta no jardim da infância para dar o primeiro beijo lá pelos treze, quatorze. Mas é necessário que a cante sempre, não aquela cantada localizada, neoliberal e objetiva, falo do flerte, do mimo, do regador que faz florescer, como numa canção brega, todos os adjetivos desse mundo. A cantada de resultado, aquela imediata, é uma chatice, insuportável, se eu fosse mulher reagiria com um tapa de novela mexicana, daqueles que fazem plaft! A boa cantada é a cantada permanente. E mais importante ainda depois que rolam as coisas, depois que acontece, aí a cantada vira devoção, oração dos pobres moços a todas elas. Porque cantar só para uma noitada de sexo é uma pobreza dos diabos, qualquer um animal o faz. Porque cantar, à vera, é cantar todas e não cantar nenhuma ao mesmo tempo. Explico: é espalhar pacientemente a devoção a todas as mulhe...