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Mostrando postagens de setembro, 2010
Twitter bruno_barroso: RT @limandore: Notícia urgente: Marina Silva chega aos 16 pontos e já ameaça o Galo.
Minha irmã mandou um email assim: "você se lembra do Elefantinho?". E meu coração ficou quentinho de lembrar dos azulejos com desenho de elefante de um restaurante em que meu pai levava a gente pra comer batata frita. Eu tinha uns seis anos, e o restaurante era dentro de um posto de gasolina. A gente é bacana desde que nasceu. E meu pai é o máximo.
O seu santo nome Carlos Drummond de Andrade Não facilite com a palavra amor. Não a jogue no espaço, bolha de sabão. Não se inebrie com o seu engalanado som. Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro). Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra. Não a pronuncie.
Tati Bernardi. "Você é a mulher da minha vida, eu quero envelhecer ao seu lado". Tá bom, vamos combinar um café. "Calma, não me pressiona!".
Tomei certa antipatia do Carpinejar, mas tem hora que só ele me entende. Eu também fico intrigado com a separação amigável. É a que mais machuca na verdade. Porque não há catarse, explosão, exorcismo. É um acordo contido, vizinho de porta da indiferença. Aceitam que não deram certo e tomam caminhos contrários. Ajudam inclusive na mudança. Não se importam muito em perder o futuro a ponto de jorrar culpa e maldizer os bons modos. Quer algo mais irritante do que alguém educado numa despedida? A vontade é chacoalhar os ossos do vivente. Que seja cínico, nunca educado. Chorar não significa remorso, a gente chora para atacar, para constranger, é uma violência, não há nenhum lamento. Não concordo com sua teoria que é melhor acabar antes do ódio. Eu somente acabo quando odeio e ainda assim devoro todas as sobras, testo a paciência. Não deixo nada no prato, raspo com a colher. Odiar é uma rara chance de reconciliação. Vocês não foram nem capazes de se odiar, que amor é esse?
O nosso mal-estar amoroso, por Contardo Calligaris Na semana passada, graças ao IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio ), aprendemos que, em média, no país, há 105 homens solteiros por cada cem mulheres com o mesmo estado civil. Claro, em cada Estado a situação é diferente. No Distrito Federal há mais solteiras do que solteiros, no Rio de Janeiro dá empate e Santa Catarina é o paraíso das mulheres (122 solteiros por cada cem solteiras). De qualquer forma, no Brasil como um todo, é impossível afirmar que “faltam homens no mercado”. A Folha , na última quinta (9/9), entrevistou algumas mulheres; uma delas comentou: pouco importa que haja mais homens do que mulheres, o problema é que os homens, depois de um encontro ou dois, dão “um chá de sumiço”. Ou seja, pode haver muitos homens, mas eles só querem pegação. No domingo passado, um leitor escreveu à ombudsman do jornal para protestar: segundo ele, quem não quer nada sério são as mulheres, que são “fúteis e fáceis”, salvo quando
Eu e Tom Jobim. Porque nós tivemos um dia cheio .
Minha atual versão esportista acorda de madrugada pra correr e frequenta trilhas e cachoeiras com regularidade. Mas eu nunca tive tanto sono, odeio água gelada e o único bicho que me acompanha e eu gosto é o Tom Jobim. Gente é uma coisa estranha.
Do blog da Mari. Amei. Coisas que acontecem na minha casa: -Pedi para seu pai ir na Morini e comprar dois refrigerantes e uma couve flor bem branquinha. -Ah, e ai? -Aí ele apareceu 15 minutos depois com dois refrigerantes e duas couves bem verdinhas. Versão do meu pai: -Sua mãe é confusa.
Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final. "Fora da ordem", Caetano Veloso
Grã , precisava postar aqui seu comentário pro post anterior e te agradecer muito, muito por ele. Mesmo com a pitada de uma dorzinha latente, adorei... a vida é mudança! Segue, encaixotando e desencaixotando e - nesse movimento que não pode parar, nesse lamento travestido de otimismo - a gente vai se amando que, também sem um/seu carinho, ninguém segura esse rojão. Vamos ao que pode. A partir de agora. Fim.
Encaixota, encaixota, encaixota. Isso, agora... desencaixota. Tudo. Sozinha. E feliz, porque sofrer não combina com mais nada nessa vida. Sofrer é pra quem não sabe viver. Não pode parar, encaixota. Tira da caixa. Trabalha. Sofrer, só em movimento. E a gente vai tomando que, também, sem a cachaça ninguém segura esse rojão.
Ela me impede de fazer grandes loucuras e me incentiva a fazer as pequenas, mesmo que ela mesma não tenha coragem de executar nem as menores de todas. Mas a gente vai aprendendo junto. Te amo.
Sinta o gosto do sal. Milágrimas Itamar Assumpção e Alice Ruiz Em caso de dor ponha gelo Mude o corte de cabelo Mude como modelo Vá ao cinema dê um sorriso Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo Se amargo foi já ter sido Troque já esse vestido Troque o padrão do tecido Saia do sério deixe os critérios Siga todos os sentidos Faça fazer sentido A cada mil lágrimas sai um milagre Caso de tristeza vire a mesa Coma só a sobremesa coma somente a cereja Jogue para cima faça cena Cante as rimas de um poema Sofra penas viva apenas Sendo só fissura ou loucura Quem sabe casando cura Ninguém sabe o que procura Faça uma novena reze um terço Caia fora do contexto invente seu endereço A cada mil lágrimas sai um milagre Mas se apesar de banal Chorar for inevitável Sinta o gosto do sal do sal do sal Sinta o gosto do sal Gota a gota, uma a uma Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre A cada mil lágrimas sai um milagre
O cordão partido Bertold Brecht O cordão partido pode ser novamente atado Ele segura novamente, mas Está roto. Talvez nos encontremos de novo, mas Ali onde você me deixou Não me achará novamente.
O sal da língua Eugénio de Andrade Escuta, escuta: tenho ainda uma coisa a dizer. Não é importante, eu sei, não vai salvar o mundo, não mudará a vida de ninguém - mas quem é hoje capaz de salvar o mundo ou apenas mudar o sentido da vida de alguém? Escuta-me, não te demoro. É coisa pouca, como a chuvinha que vem vindo devagar. São três, quatro palavras, pouco mais. Palavras que te quero confiar. Para que não se extinga o seu lume, o seu lume breve. Palavras que muito amei, que talvez ame ainda. Elas são a casa, o sal da língua.
O poeta vai ao jóquei Carlos Drummond de Andrade O que me agrada, o que pleiteio, não é das duplas o rateio, nem placês nem pules miríficas, mas tão-somente, nas magníficas tardes de ouro outonal da Gávea, ter a meu lado, calma e suave, a que nos loucos páreos do amor me faz vencido e vencedor.
Ferreira Gullar No mundo há muitas armadilhas e o que é armadilha pode ser refúgio e o que é refúgio pode ser armadilha Tua janela por exemplo aberta para o céu e uma estrela a te dizer que o homem é nada ou a manhã espumando na praia a bater antes de Cabral, antes de Tróia (há quatro séculos Tomás Bequimão tomou a cidade, criou uma milícia popular e depois foi traído, preso, enforcado) No mundo há muitas armadilhas e muitas bocas a te dizer que a vida é pouca que a vida é louca E por que não a Bomba? te perguntam. Por que não a Bomba para acabar com tudo, já que a vida é louca? Contudo, olhas o teu filho, o bichinho que não sabe que afoito se entranha à vida e quer a vida e busca o sol, a bola, fascinado vê o avião e indaga e indaga A vida é pouca a vida é louca mas não há senão ela. E não te mataste, essa é a verdade. Estás preso à vida como numa jaula. Estamos todos presos nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver