Beijo-te a mim mesmo
Nelson Botter
Nelson Botter
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Eu queria poder te amar do jeito que você é, sem enxergar seus defeitos, suas manias e manhas. Eu queria não querer a perfeição, não exigir o máximo, ser tolerante e talvez até um pouco mais ingênuo. É verdade, assim eu queria não perceber tudo que se passa, não entender sua maneira de pensar, não te achar frio e calculista, sedutor e manipulador, não ter rancor e muito menos desconfiança de você. Dói muito quando vejo que você nem sempre é quem eu gostaria que fosse, que seus objetivos não são os que eu esperava, que sua linha de raciocínio é muitas vezes duvidosa, que me assusto com o que você fala e ainda mais com a sua maneira agressiva de se defender. Eu queria não ver nada disso, olhar para dentro de você e só perceber as coisas boas, sim, pois você é repleto de virtudes, não pense que só vejo a sua sombra. Não, nada disso, vejo também a sua luz, mas os contrastes são fortes e não há como fingir que o latente desencanto também existe, que sua carne fede como a dos anjos e demônios. A balança ora pende para cá, ora pende para lá, normal, tudo igual, mas eu queria poder ver só um dos lados, dois pesos e uma só medida. Você me pergunta por que isso, eu te respondo que não sei, talvez seja o movimento dos astros, as pressões da sociedade, as imposições da vida, tanto faz, tanto fez. Eu queria poder te classificar como um homem bom, do bem, que respeita o limite dos outros, que respeita seus próprios limites, que não é guiado apenas por interesses próprios e sim os das pessoas que te cercam, dos que te querem bem. Eu queria poder encher minha boca de dentes e gritar ao mundo que você é um exemplo a ser seguido em todos os aspectos e não apenas aqui ou ali. Enfim, é como tudo na vida, mas eu queria poder ser um pouco menos teimoso, um pouco menos míope com a realidade. Você, que vejo agora no espelho, sou eu e é por isso que eu queria poder te entender melhor, te dominar mais e saber algo mais sobre mim mesmo. Eu queria poder ser menos cego, menos mudo, menos surdo, ou - simplesmente - menos eu.
Eu queria poder te amar do jeito que você é, sem enxergar seus defeitos, suas manias e manhas. Eu queria não querer a perfeição, não exigir o máximo, ser tolerante e talvez até um pouco mais ingênuo. É verdade, assim eu queria não perceber tudo que se passa, não entender sua maneira de pensar, não te achar frio e calculista, sedutor e manipulador, não ter rancor e muito menos desconfiança de você. Dói muito quando vejo que você nem sempre é quem eu gostaria que fosse, que seus objetivos não são os que eu esperava, que sua linha de raciocínio é muitas vezes duvidosa, que me assusto com o que você fala e ainda mais com a sua maneira agressiva de se defender. Eu queria não ver nada disso, olhar para dentro de você e só perceber as coisas boas, sim, pois você é repleto de virtudes, não pense que só vejo a sua sombra. Não, nada disso, vejo também a sua luz, mas os contrastes são fortes e não há como fingir que o latente desencanto também existe, que sua carne fede como a dos anjos e demônios. A balança ora pende para cá, ora pende para lá, normal, tudo igual, mas eu queria poder ver só um dos lados, dois pesos e uma só medida. Você me pergunta por que isso, eu te respondo que não sei, talvez seja o movimento dos astros, as pressões da sociedade, as imposições da vida, tanto faz, tanto fez. Eu queria poder te classificar como um homem bom, do bem, que respeita o limite dos outros, que respeita seus próprios limites, que não é guiado apenas por interesses próprios e sim os das pessoas que te cercam, dos que te querem bem. Eu queria poder encher minha boca de dentes e gritar ao mundo que você é um exemplo a ser seguido em todos os aspectos e não apenas aqui ou ali. Enfim, é como tudo na vida, mas eu queria poder ser um pouco menos teimoso, um pouco menos míope com a realidade. Você, que vejo agora no espelho, sou eu e é por isso que eu queria poder te entender melhor, te dominar mais e saber algo mais sobre mim mesmo. Eu queria poder ser menos cego, menos mudo, menos surdo, ou - simplesmente - menos eu.
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