Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida - nós na batida, no embalo da rede, matando a sede na saliva. Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida e algum trocado pra dar garantia. E ser artista no nosso convívio pelo inferno e céu de todo dia, pra poesia que a gente não vive transformar o tédio em melodia. Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida e algum veneno antimonotonia. E se eu achar a tua fonte escondida, te alcanço em cheio o mel e a ferida e o corpo inteiro, feito um furacão: boca, nunca mão e a tua mente não. Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida e algum remédio que me dê alegria. Cazuza
“A poesia é ao mesmo tempo um esconderijo e um alto-falante.” Nadine Gordimer