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Mostrando postagens de julho, 2006
Seu Jeitinho Rebelde por Léo Jaime. Estou pensando em lhe dizer estas coisas há algum tempo. Não acredito que lhe sirva de nada, mas talvez faça algum bem a mim mesmo. Por isso decidi. Tenho observado ao longo do tempo que suas posições são sempre contestatórias, sempre duvidando de tudo e de todos. É interessante. Não é aquele que engole qualquer coisa. Ao contrário, não engole nada. Não vai a filmes americanos, não ouve música de artista vendido, quer dizer, que vende, não acredita em políticos que não sejam radicais e desconfia de quase tudo o que ouve. É bacana: o mundo parece lhe dever explicações. . Vejo o seu olhar de superioridade para com as meninas arrumadas para sair, como se as julgando fúteis, o mesmo que você lança para os que defendem argumentos, sejam lá quais forem, ou torcem para a seleção brasileira, ou gostam de filmes, peças, shows e discos que fazem sucesso, ou fazem programas que estão na moda. Como lhe parece entediante o mundo e seus cidadãos. Achincalhar argum...
Jô Hallack, em www.02neuronio.blog.uol.com.br . Ontem eu vi um pinguim nadando na praia. Meio assim, do meu ladinho. Foi um alvoroço. Um sujeito de sungão amarelo ficou correndo atrás do bicho entre as ondinhas gritando. Depois, ele sumiu na água gelada. Daí o sungão ficou triste na areia, olhando para o horizonte tentando ver se o pinguim voltava. O moço disse que é porque ele queria fazer um guizado. Eu acho que não. Foi amor a primeira vista. É assim que acontece. Você está na praia num dia de inverno e de repente... um pinguim vai mudar a sua vida.
As mulheres e o futebol De Nelson Botter. Você, querida leitora, que vibrou com a derrota brasileira na copa, achando que assim seu amado poderia esquecer a pelota e dedicar mais tempo à sua encantadora beleza, que se iludiu acreditando que seu príncipe deixaria de lado aquele monte de homem correndo atrás de uma bola, sim, você mesma, que detesta competir com o futebol, saiba - infelizmente - que nada vai mudar. É isso aí, homem não muda de time, apenas faz transferência, Freud já dizia. Se ele não torce mais pelo Brasil, vai torcer para uma das seleções semi-finalistas, vai vestir a camisa, tomar todas enquanto assiste ao jogo e vibrar como se fosse sua verdadeira seleção. Pois é, não tem jeito, já está no sangue, os genes masculinos também correm atrás da bola, e você, menina, que passa creme por todo o corpo, contorna a boquinha de batom tutti-frutti, que fica perfumadinha, linda e maravilhosa, deliciosamente gostosa para seu queridinho, você não vai ter vez novamente, forget about...
O truque do “Estou confusa...” De Xico Sá. Amigos machos, amigas fêmeas, amigos gays, amigas lésbicas, amigos transexuais, amigos de todas os naipes e naturalezas... Sabem de uma coisa que acho massa, o máximo, nos tais tempos que voam? A apropriação do discurso masculino por parte das mulheres, já notaram? Não chega a ser propriamente um plágio, mas é uma beleza, quase, quase! E nos interessa sobretudo a enganação-mor, o clássico dos clássicos da nossa principal desculpa. Aquela usada desde priscas eras, saca? Então dois pontos para acochambrar os parafusos da memória: “Estou confuso, não é culpa sua, você é ótima, mas acho que não vou lhe fazer bem nesse momento, bla-bla-bla-bla”. Haja enganação, nove horas, truque, fraude... Já ouviram esse fragmento do discurso nada amoroso, né? Pra completar: “Você merece algo melhor!!!” Repito, era um clássico das desculpas dos machos. A nossa maior falta de vergonha na cara. Agora, faz favor, bote um “o” no lugar do “a”. Pronto. Sim, agora ou...
"Se obscuros e monótonos dias assombravam os que procuravam a segurança, noites insones são a desgraça dos livres. Em ambos os casos, a felicidade soçobra" (BAUMAN, 1998).
"O afeto pós-moderno, por excelência, é a indiferença, ou melhor, a paixão da ingratidão. Mais nenhuma dívida! Enfim, aliviados de todo reconhecimento" (LAURENT, 2000). . "A precariedade da existência social inspira uma percepção do mundo em volta como um agregado de produtos para consumo imediato. Mas a percepção do mundo, com seus habitantes, como um conjunto de itens de consumo faz da negociação de laços humanos duradouros algo excessivamente difícil" (BAUMAN, 2001). . "Saquear o outro, naquilo que este tem de essencial e inalienável, transforma-se quase que no credo nosso de cada dia. A eliminação do outro se este resiste ou faz obstáculo ao gozo do sujeito, nos dias atuais, impõe-se como uma banalidade. A morte e o assassinato, assim, impuseram-se na cena cotidiana como trivalidades" (BIRMAN, 1999).