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De todas as coisas infinitas que o Fer me deu, uma das melhores é um sobrinho: o Dedé, agora com sete anos, por quem sou completamente, absurdamente, irremediavelmente apaixonada - e devo dizer, orgulhosa, que minha paixão é correspondida.
Abaixo, o registro de uma cena protagonizada por ele há dois anos:
.
- Mãe, a gente é rico ou pobre?
- A gente não é pobre não, André...
- Então rico a gente também não é!
- Não, André. A gente não é rico mesmo, mas nós temos tudo que precisamos.
- Tá, mas como faz pra ser rico, mãe? Demora muito?
- Demora sim, André. E tem que trabalhar muito...
- Quanto precisa pra ser rico? Precisa de muito dinheiro? Mais do que tá na minha poupança?
- Precisa de mais sim, Dedé. Mas você não tem que...
- Eu tenho mais 66 centavos em moeda aqui! Serve?
(alguns segundos depois)
- Mãe! Eu tenho pressa de ser rico...

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"Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total". Tem Lacan pra estudar, mas G. Rosa não tá deixando.
"[...] Tio Terêz o levara à beira da mata, ia tirar taquaras. [...]  - Miguilim, este feixinho está muito pesado para você?.  - Tio Terêz, está não. Se a gente puder ir devagarinho como precisa, e ninguém não gritar com a gente para ir depressa demais, então eu acho que nunca que é pesado". Guimarães Rosa, "Manuelzão e Miguilim".