Pular para o conteúdo principal

Postagens

Você quer voz ou ritmo? Elas têm os dois de sobra.
Love .
Houve vazamento de óleo em praias da Nova Zelândia e pinguins quase morreram de frio. Aí tricoteiras fizeram casaquinhos pra eles usarem até o óleo ser retirado do corpo de cada um. E o mais lindo é que é verdade!
O passado é agorinha Ana Guadalupe a solução para os desastres do presente é falar do agora com o distanciamento de uma década dias de tardes longas ou infinitas semanas recortar o agora e mandá-lo em carta histórica para outro continente enquanto se descobre este cria-se um tempinho para que o conheça com calma aplicar um filtro de antiguidade no agora empregar tecnologia, tempo verbal e a colaboração de todos grato, ass: o síndico ótimo álibi para tudo dizer sem problema: “ontem gostei muito deste livro sobre o sucesso na vida noturna” “pensei em você durante horas, já passou caso não queira” “do contrário confesso que tudo continua” qualquer besteira será automaticamente redimida já faz tempo, tudo muda, você pode ser nova pessoa o que falei há pouco já está na quinzena passada há uma linha era ok ser idiota
Poema perto do fim A morte é indolor. O que dói nela é o nada que a vida faz do amor. Sopro a flauta encantada e não dá nenhum som. Levo uma pena leve de não ter sido bom. E no coração, neve. Thiago de Mello
Trapézio Ana Martins Marques Uma vez vendo um número de circo apenas razoável à noite numa praça do interior (tédio e susto, alcoóis fortes, lua baça) foi que eu me dei conta de que nunca houve um trapezista que não estivesse apaixonado. Todos os poemas são de amor.
Em branco Ana Martins Marques Dizem que Cézanne quando certa vez pintou um quadro deixando inacabada parte de uma maçã pintou apenas a parte da maçã que compreendia. É por isso meu amor que eu dedico a você este poema em branco.
Da amabilidade do mundo 1 Numa noite fria, nessa terra crua Cada qual nasceu, uma criança nua. E ali ficou, criatura sem dono Quando uma mulher o envolveu num pano. 2 Ninguém o chamou, não era necessário. Para trazê-lo não houve emissário. Era um desconhecido, ser sem proteção Quando um homem o tomou pela mão. 3 Numa noite fria, nessa terra crua Cada qual leva a morte que é sua. Cada homem certamente amou a vida Coberto por palmos de terra batida. Bertolt Brecht
Fisionomia Não é mentira é outra a dor que dói em mim é um projeto de passeio em círculo um malogro do objeto em foco a intensidade de luz de tarde no jardim é outra outra a dor que dói. Ana Cristina Cesar
Pérolas do atendimento com crianças: "Bom é ser eu, que sei latir e falar. O cachorro só sabe latir, tadinho".
‎"Louise: But I need you! Ian: You haven't needed me for years! You're superwoman, you make more money than me, you can fix anything, you can bench press more than me. Ian: Alright, I don't need you. But I love you. Isn't that better?" Via Ana Barroso , não sei de onde. 
Blade Runner Waltz Em mil novecentos e oitenta e sempre, ah, que tempos aqueles, dançamos ao luar, ao som da valsa A Perfeição do Amor Através da Dor e da Renúncia, nome, confesso, um pouco longo, mas os tempos, aquele tempo, ah, não se faz mais tempo como antigamente Aquilo sim é que eram horas, dias enormes, semanas anos, minutos milênios, e toda aquela fortuna em tempo a gente gastava em bobagens, amar, sonhar, dançar ao som da valsa, aquelas falsas valsas de tão imenso nome lento que a gente dançava em algum setembro daqueles mil novecentos e oitenta e sempre. Paulo Leminski
Destruição Os amantes se amam cruelmente e com se amarem tanto não se vêem. Um se beija no outro, refletido. Dois amantes que são? Dois inimigos. Amantes são meninos estragados pelo mimo de amar: e não percebem quanto se pulverizam no enlaçar-se, e como o que era mundo volve a nada. Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma que os passeia de leve, assim a cobra se imprime na lembrança de seu trilho. E eles quedam mordidos para sempre, deixaram de existir, mas o existido continua a doer eternamente. Carlos Drummond de Andrade
‎"Enquanto o sujeito não está pensando nisso, os símbolos continuam acavalando-se, copulando, proliferando, fecundando-se, trepando, rasgando-se". Lacan, 1954-1955.
Me habituei ao pão light À vida sem gás O meu café tomo sem açúcar E até ficar sem comer Sem te ver A gente custa mas se habitua.