De quem é isso mesmo? Acho que da Regina Teixeira da Costa.
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Quem é o neurótico? Alguém que enfrenta temerosamente as exigências da vida – e isto lhe suga a vitalidade, o consome, o cansa. Por isto suas escolhas são tímidas: não se encoraja a ousar muito. Para manter o equilíbrio na corda bamba em que atravessa a existência, busca o que é mais cômodo. Aquieta-se, e não sai à cata de novas e melhores formas. Espantado frente ao novo, devido à pobreza de seu repertório, ou por sua crônica falta de auto-confiança, ou por esperar sempre que se repitam as decepções, acaba se excluindo, ficando de fora ou deixando de fora.
Deixa passar boas chances de estabelecer relações duradouras de boa qualidade: perde o bonde, deixa passar o cavalo arreado. Continua vagando, solitário, sentindo-se vazio, carente e sedento de contato. Nada satisfaz, nunca encontra o preenchimento pelo qual anseia.
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Às vezes, pede ajuda: busca a análise, a psicoterapia – raramente não sem antes ter buscado um remédio que lhe cure a cabeça que dói, o peito que aperta, as vísceras em fogo, o sono que não chega, o cansaço crônico. E – por que não? - que também leve embora essa tristeza que insiste em doer-lhe na alma.
Pretende-se, então, que ele faça contato afetivo com seu padecimento. Conhecer sua montagem e, a partir daí, modificar suas relações intrapsíquicas e interpessoais. Desconstruir a mitologização de seu passado, e dar-se chance de achar caminhos, abrir picadas, desbravar terrenos, criando novas possibilidades de solucionar, sair, evoluir. Espera-se que adquira condições de vir a se autoconhecer, se desenvolver e se sustentar emocionalmente, deixando para trás o cheiro bolorento e o peso inútil do passado que agrilhoa e cerceia. Colocar-se em marcha: a vida será o que fizermos dela.
Pretende-se, então, que ele faça contato afetivo com seu padecimento. Conhecer sua montagem e, a partir daí, modificar suas relações intrapsíquicas e interpessoais. Desconstruir a mitologização de seu passado, e dar-se chance de achar caminhos, abrir picadas, desbravar terrenos, criando novas possibilidades de solucionar, sair, evoluir. Espera-se que adquira condições de vir a se autoconhecer, se desenvolver e se sustentar emocionalmente, deixando para trás o cheiro bolorento e o peso inútil do passado que agrilhoa e cerceia. Colocar-se em marcha: a vida será o que fizermos dela.
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