Pular para o conteúdo principal
ACONSELHÁVEL: aquilo que provavelmente você não está com a menor vontade de fazer.
DEMORA: quando o tempo emperra na impaciência da gente.
ESPONTÂNEO: o que vem assim: "vim!".
FACEIRO: quem está muito contente porque está muito contente.
FLERTE: quando se joga "escravos de Jó" com os olhos.
FRUSTRAÇÃO: tristeza que fica quando a expectativa acaba.
IDIOTA: quem pensa que sabe tudo sem saber que tudo é bem mais do que ele pensa.
JINGLE: quando geladeira é musa.
LÉPIDO: alguém que, por causa de uma alegria bem alegre, se sentiu coelho de repente.
MÁGOA: ferida que gosta de bolero.
NINGUÉM: todo aquele que não foi a uma festa que ficou vazia.
OUSADIA: quando o coração diz pra coragem "vá" e a coragem vai mesmo.
PAIXÃO: quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra.
PECADO: algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou.
RANCOR: quando o fundo do coração não consegue dizer "deixa pra lá".
RIDÍCULO: tudo que parece um cão abanando o rabo pra alguém que nem percebe.
ROMANCE: caso de amor muito bem encadernado.
SURPRESA: tudo que não é esquilo, quando é um esquilo que você está esperando.
ÚNICO: tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.
URBANO: sem vacas.
URGENTE: algo que não te dá tempo de fazer xixi primeiro.

Alguns dos melhores momentos do livro "Pequeno dicionário de palavras ao vento", de Adriana Falcão.

Comentários

Anônimo disse…
Se lembra do futuro
Que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar
Que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim, tão sozinho
A me torturar
Que um dia ele vai embora, maninha
Pra nunca mais voltar
Anônimo disse…
Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
O sonho que você contou pra mim
Os passos no porão
Lembra da assombração
E das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, ó maninha
Coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
No chão que ele pisou
Anônimo disse…
Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal
Feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha
Falava de amor
Pois nunca mais cantei, ó maninha
Depois que ele chegou

Postagens mais visitadas deste blog

Modéstia às favas, porque é lindo demais e é pra mim. E porque eu amo esse menino branco. . . Porque você é o que me importa do Fer . . Fico preocupado ao pensar que você talvez não saiba que me esforço todos os dias para não interromper reuniões, ligações, debates e seminários e contar sua última piada ou o comentário que fez ao ver a manchete do jornal. . Também não deve saber que melhoro minha postura, arrumo meu cabelo e minhas roupas ao imaginar que talvez te encontre ou que possa me ver de longe, andando distraído por uma rua qualquer. . Sempre que encosto meu ouvido em seu peito redescubro um pouco de fé ao pedir que te protejam e te façam menos frágil do que me parece naquele instante, com seu pequeno punho fechado a carregar meu mundo inteiro. Juro, então, que te fazer feliz vai ser meu exercício diário, como se dele dependesse o resto da minha vida. . Juro também que vou pensar na sua gargalhada, nas danças inusitadas e no carinho que me faz quando já está a dormir sempre que...
Minha irmã me mostrou, e eu fiquei emocionadíssima. Só quem teve vai entender (se é que alguém da minha geração não teve...).
Açúcar emprestado Luis Fernando Veríssimo Vizinhos de porta, ele o 41 e ela o 42. Primeiro lance: ela. Bateu na porta dele e pediu açúcar emprestado para fazer um pudim. Segundo lance: ela de novo. Bateu na porta dele e perguntou se ele não queria provar o pudim. Afinal, era co-autor. Terceiro lance: ele. Hesitou, depois perguntou se ela não queria entrar. Ela entrou, equilibrando o prato do pudim longe do peito para não derramar a calda. - Não repara a bagunça... - O meu é pior. - Você mora sozinha? Sabia que ela morava sozinha. Perguntara ao porteiro logo depois de se mudar. A do 42? Dona Celinha? Mora sozinha. Morava com a mãe mas a mãe morreu. Boa moça. Um pouco... E o porteiro fizera um gesto indefinido com a mão, sem dizer o que a moça era. Fosse o que fosse, era só um pouco. A conversa começou com apresentações e troca de informações - "Nélio", "Celinha", "Capricórnio", "Leão", "Daqui mesmo", "Eu também" - e continuou e...