Já vivi e não tenho saudades. Tá bem, tenho um pouquinho de saudades (de chegar amassada depois de 13 horas de viagem com cheiro de ônibus da Gontijo, de ver dez filmes no quarto de hotel e não querer sair pra nada, da despedida com ar de novela mexicana...).
Ainda assim, amor de perto é tão mais legal... Fer, ainda bem que você voltou.
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O amor e a distância
Raq Affonso
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Você sempre foi contra o amor interestadual. O amor interpaíses. Interplanetários. Contra não. Na verdade, nunca acreditou que eles pudessem sobreviver.
E aí você de repente você se depara com o seu amor. A 400 kms de distância!!!!
E dá-lhe telefonemas. SMS. MSN. O amor através das siglas.
E viagens. E um dia você está voltando do feriado de finados num ônibus da viação 1001. Está passando o filme "The Abyss". É sobre um grupo de mergulhadores que se vê às voltas com uma entidade do fundo do mar. Ao lado, um homem chora. Está emocionado com o filme. Você resolve comer o lanche oferendado pela aviação. Amendoim sabor shoyu.
Daí o seu amor liga. Você fica com vergonha, afinal, tá todo mundo ouvindo sua conversa. Inclusive o homem emocionado. Pelo celular, ele diz que tá com saudades. Você disfarça. Fala: "Eu também". As pessoas olham de canto de olho. Você se compara com uma mulher que falou no celular e chamou o interlocutor de BEBÊ. E se despede.
Pra logo depois começar a realmente acreditar no amor interestadual. Interplanetário. Do fundo do mar. E achar a autoviação 1001 no dia dos finados um programa tipo ótimo.
Você sempre foi contra o amor interestadual. O amor interpaíses. Interplanetários. Contra não. Na verdade, nunca acreditou que eles pudessem sobreviver.
E aí você de repente você se depara com o seu amor. A 400 kms de distância!!!!
E dá-lhe telefonemas. SMS. MSN. O amor através das siglas.
E viagens. E um dia você está voltando do feriado de finados num ônibus da viação 1001. Está passando o filme "The Abyss". É sobre um grupo de mergulhadores que se vê às voltas com uma entidade do fundo do mar. Ao lado, um homem chora. Está emocionado com o filme. Você resolve comer o lanche oferendado pela aviação. Amendoim sabor shoyu.
Daí o seu amor liga. Você fica com vergonha, afinal, tá todo mundo ouvindo sua conversa. Inclusive o homem emocionado. Pelo celular, ele diz que tá com saudades. Você disfarça. Fala: "Eu também". As pessoas olham de canto de olho. Você se compara com uma mulher que falou no celular e chamou o interlocutor de BEBÊ. E se despede.
Pra logo depois começar a realmente acreditar no amor interestadual. Interplanetário. Do fundo do mar. E achar a autoviação 1001 no dia dos finados um programa tipo ótimo.
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