Pular para o conteúdo principal
Canção do Carcereiro
Jacques Prevért

Aonde vais belo carcereiro
Com essa chave manchada de sangue
Vou soltar aquela que amo
Se ainda for possível
E que tranquei
Ternamente cruelmente
No mais profundo do meu tormento
Nas mentiras do futuro
Nas bobagens das juras
Quero soltá-la
Quero que seja livre
Até para me esquecer
Até para ir-se embora
Até para voltar
E também para me amar
Ou para amar um outro
Se esse outro lhe agradar
E se ficar um dia sozinho
E ela só em idas
Guardarei sempre
Nas minhas duas mãos côncavas
Até o fim dos dias
A doçura dos seus seios modelados pelo amor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total". Tem Lacan pra estudar, mas G. Rosa não tá deixando.
"[...] Tio Terêz o levara à beira da mata, ia tirar taquaras. [...]  - Miguilim, este feixinho está muito pesado para você?.  - Tio Terêz, está não. Se a gente puder ir devagarinho como precisa, e ninguém não gritar com a gente para ir depressa demais, então eu acho que nunca que é pesado". Guimarães Rosa, "Manuelzão e Miguilim".
Sex and the city . Nunca vi - nunca mesmo - e não gostei. Acho deprimente o bando de mulheres na faixa dos trinta (vejam bem: não estou falando de adolescentes!) que acreditam que Nova York é aqui, que se sentem modernetes porque lêem Nova (audácia!), que fazem tratados sobre o significado oculto do comportamento masculino e que - esta é a cereja do bolo - anunciam numa mesa de bar: "nossa, eu sou muito a Carrie" ou qualquer uma das personagens caricatas do seriado. É só um programinha de TV, meninas. De outro país, outra cultura, sobre mulheres que têm roupas e depressões fashion-bacaninhas (não, não precisa ter assistido pra saber do que se trata). Pelo amor de Deus. E depois a gente é obrigada a escutar que falta "homem interessante" no mundo.