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Carta para você
Xico Sá

Nada sofreu um baque tão grande com a internet como a carta de amor. Falo da missiva de punho próprio, selada na língua, carimbada, que segue no bico do pombo-correio ou é entregue pelo bravo homem de amarelo, o velho mr. Postman da canção dos Beatles, esse grande homem, o carteiro, sempre enxotado pelos cães e recebido pelo sorriso das moças que sentem saudades dos mancebos que saíram para comprar cigarro.
(...)
Amigo, no tempo em que os homens lambiam selos, sabiam adular também as moças de um jeito mais bonito e delicado, se é que você me entende.

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‎"[...] ousei escrever, em algum lugar, 'Freud e eu'. [...] Por que haveria algo de escandaloso, por parte de alguém que passou a vida inteira ocupado com a contribuição de Freud, em dizer 'Freud e eu'?". Lacan, "Seminário 16".
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